
Polícia investiga estupro contra menino, de 17 anos, dentro de banheiro de escola estadual em Itanhaém (SP)
Arquivo Pessoal
Um estudante, de 17 anos, alega que teve a cueca rasgada por um grupo de aproximadamente dez alunos, que também teriam passado a mão nas partes íntimas dele, dentro do banheiro de uma escola em Itanhaém, no litoral de São Paulo. O caso foi registrado como estupro na Delegacia Seccional da cidade e é investigado pela Polícia Civil.
O menino relatou à família que foi abordado na Escola Estadual Professora Silvia Jorge Pollastrini, no bairro Jardim Belas Artes. Em nota, a Unidade Regional de Ensino (URE) de São Vicente informou que instaurou um procedimento para apurar o caso (veja o posicionamento completo adiante).
“Tem que ter punição. Não foi uma simples brincadeira. Teve algo a mais, teve toque sem consentimento”, afirmou uma familiar da vítima, que preferiu não ser identificada. “Onde estavam os inspetores? Onde estavam os responsáveis pela escola no momento de um ato tão agressivo? Não tinha ninguém por ali, olhando por eles. A escola tem que ser responsabilizada”, acrescentou ela.
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Segundo o boletim de ocorrência, o adolescente foi ao banheiro no fim do intervalo e os alunos entraram atrás dele. A familiar destacou ao g1 que ele não tinha desavenças dentro da unidade de ensino e mal conhecia a maioria dos agressores.
Ainda de acordo com o BO, o menor relatou que os adolescentes o imobilizaram no chão e puxaram as roupas dele, principalmente a cueca, que chegou a rasgar. Em seguida, os alunos começaram a passar as mãos em todo o corpo, inclusive nas partes íntimas, segundo o relato.
O jovem acrescentou ter pedido que parassem, mas a ação durou vários minutos e só teve fim quando o grupo percebeu a aproximação da vice-diretora. Apenas seis participantes foram colocados como “adolescentes infratores” no registro policial porque o menino não sabia o nome dos outros envolvidos.
O g1 não localizou a vice-diretora e os responsáveis pelos adolescentes envolvidos.
Caso foi registrado como estupro na Delegacia Seccional de Itanhaém (SP)
Divulgação
Denúncia
O caso aconteceu na manhã de sexta-feira (15), mas o adolescente inicialmente não contou para ninguém. Na ocasião, ele pediu para ir embora da unidade de ensino alegando que havia comido algo que não fez bem.
No dia seguinte, o irmão dele, que estuda na mesma escola, contou aos responsáveis que o menino teria tido a cueca rasgada após ser agredido dentro do banheiro. Logo depois, os familiares encontraram a peça íntima em um dos lixos da residência.
A família foi até a escola na segunda-feira (18), mas a vice-diretora informou que já sabia sobre o ocorrido e tinha recebido imagens feitas pelos próprios alunos dentro do banheiro. “Não tenho acesso ao vídeo porque está na mão dela, mas tem alunos de turnos diferentes que estão com o vídeo […]. Estava todo mundo zoando e chamando ele de cuecão. Ali, ele se sentiu oprimido”, explicou a parente.
Mais tarde no mesmo dia, a mãe de um outro aluno ligou na escola e contou que os envolvidos não só puxaram a cueca, como também passaram as mãos nas partes íntimas do menino. “Ele ficou muito constrangido e não quis falar antes com medo de represálias”, disse a familiar.
Investigações
Conforme relatado no BO, a vice-diretora comunicou os pais de alguns dos alunos envolvidos e orientou os responsáveis pela vítima a procurarem uma delegacia. Em nota, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) informou que o caso foi registrado como estupro na segunda-feira.
Ainda de acordo com a secretaria, a Delegacia Seccional de Itanhaém realiza diligências para o esclarecimento dos fatos. “Detalhes serão preservados devido a natureza da ocorrência e por envolver menores de idade”, disse a SSP-SP.
O que acontece quando um menor comete ato considerado crime?
O que diz a Secretaria de Educação?
“A Unidade Regional de Ensino (URE) de São Vicente repudia veementemente o ocorrido e informa que instaurou um procedimento para apurar todas as circunstâncias relacionadas ao caso.
O estudante foi acolhido pela equipe gestora da escola, que designou um profissional do programa Psicólogo nas Escolas para acompanhá-lo. A Delegacia Seccional de Itanhaém também investiga o caso. Diligências estão em andamento para o esclarecimento do caso.
Em razão da natureza da ocorrência e da proteção legal de menores de idade, mais informações serão preservadas”.
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