
Após ataques a ônibus no Bairro da Penha no fim da tarde desta segunda-feira (25), coletivos não estão circulando nos bairros São Benedito e Itararé, assim como na Avenida Marechal Campos, regiões próximas do Bairro da Penha.
A informação foi confirmada pela Companhia Estadual de Transportes Coletivos de Passageiros do Estado do Espírito Santo (Ceturb-ES), que alegou motivos de segurança para a interrupção dos serviços.
Ainda de acordo com a Ceturb, outros desvios poderão ocorrer caso necessário e assim que a situação se normalizar os itinerários originais voltarão a ser cumpridos.
Ônibus incendiado
O ônibus foi incendiado no fim da tarde. A motivação para os crimes teria sido uma represália de criminosos após uma incursão da Polícia Militar na tarde de hoje na região do Bairro da Penha, que terminou na morte de David Pereira de Jesus, de 22 anos.
Segundo a Polícia Militar, eles realizavam uma incursão na altura da Escadaria dos Trabalhadores, quando foram surpreendidos por criminosos armados. Houve uma intensa troca de tiros e David foi alvejado. Ele chegou a ser socorrido, mas não resistiu.
De acordo com o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Douglas Caus, o jovem estaria ligado à facção criminosa Primeiro Comando de Vitória (PCV) e tinha passagens por roubo e tráfico de drogas. Segundo a Polícia Militar, o suspeito costumava ostentar armas pelas redes sociais.
Por nota, a Guarda Civil Municipal de Vitória informou que equipes estão reforçando o patrulhamento na região, mantendo contato com a Polícia Militar para abranger a maior área possível.
“A instituição destaca que conta com a Gerência de Inteligência e a Central de Monitoramento para contribuir com a distribuição do efetivo de forma estratégica e com levantamentos”, informou.
Na entrada do bairro Consolação, em uma esquina com o Bairro da Penha, uma barricada feita de objetos e fogo foi erguida, o que complicou ainda mais o trânsito na região. O Corpo de Bombeiros já extinguiu o fogo.
Por nota, a GVBus informou que o ônibus incendiado fazia a linha 182 entre Mário Cypreste e Bairro da Penha. Segundo a empresa, não houve vítimas dentro do coletivo.
“O GVBus, por sua vez, lamenta a depredação e a destruição de ônibus coletivos de forma criminosa, e ressalta que este ato somente traz prejuízos para o Sistema Transcol e para os moradores dos bairros onde os fatos ocorrem”, afirmou.
Ainda segundo a empresa, entre 2004 e 2015, 98 ônibus do Sistema Transcol foram incendiados por criminosos, três deles em 2024 e outros cinco este ano, todos completamente destruídos.
Segundo o GVBus, o impacto financeiro com ônibus totalmente destruídos é de R$ 78,4 milhões em pouco mais de 20 anos, levando em consideração o custo de reposição desses veículos em valores atuais, levando em conta que um coletivo novo custa em média R$ 800 mil.
No caso dos micro-ônibus, como explica a companhia, o custo é de cerca de R$ 650 mil.
“Estes prejuízos recaem em todo o sistema, especialmente nas empresas de ônibus, mas também na população, já que um ônibus novo demora em média três meses para ser fabricado, além do período dos trâmites legais para que ele entre em circulação”, afirma.