80% das reclamações com instituições financeiras não têm solução na primeira interação, revela análise

Uma análise da Evollo revela uma crise de insatisfação generalizada no relacionamento entre consumidores e instituições financeiras. O levantamento mostra que 80% das reclamações não são resolvidas na primeira interação, mesmo após os clientes já terem recorrido a canais digitais de atendimento e, sem sucesso, optarem por ligar ou escalar a demanda para um canal de voz.

Os dados foram extraídos a partir do Datalake proprietário da Evollo, que recebe diariamente interações de mais de 80 contact centers de grandes empresas do país. A amostra usada no estudo contempla milhares de conversas de clientes com instituições financeiras, como bancos, operadoras de cartões de crédito e outras empresas do setor. A Evollo, especializada em analisar interações de voz para vendas, retenção e atendimento, identificou um padrão preocupante de não resolutividade e forte impacto emocional nos consumidores.

A análise mostrou que, a cada quatro reclamações, cerca de três ficam sem solução efetiva já na primeira tentativa, transformando problemas cotidianos em verdadeiros dramas pessoais e financeiros. Além disso, 48% dos clientes voltam a enfrentar o mesmo problema mais de uma vez. Em 90% das interações analisadas, as emoções expressas foram negativas — com destaque para insatisfação (45%), confusão (24%) e frustração (23%).

Qualidade do suporte está abaixo

Outro ponto crítico revelado pela análise está na qualidade do suporte: quase 40% das reclamações estavam relacionadas ao próprio atendimento. Foram identificadas falhas como contradições entre agentes, demora no tempo de resposta, ausência de preparo técnico e até cancelamentos de chamadas feitas pelos próprios consumidores, diante do despreparo do atendimento. A complexidade dos processos, a falta de clareza nas informações e falhas nos aplicativos e plataformas digitais também contribuem para um cenário de desconfiança e estresse.

Estima-se que a insatisfação do cliente possa gerar um impacto financeiro de até R$ 8.800 mil por consumidor, com perdas significativas relacionadas ao churn, queda de fidelização e danos à reputação das marcas.

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