Varejo: fraude gera prejuízo de R$ 11,2 milhões em empresas e atinge 63% dos consumidores

Cerca de dois terços dos brasileiros já foram vítimas de fraude de pagamentos (63%) em algum momento. Somente no último ano, 42% sofreram esse tipo de golpe e um em cada cinco (20%) perdeu até R$ 600. Já o valor médio das perdas aumentou 44% em relação ao ano anterior – de R$ 2.022,46 em 2024 para R$ 2.903,96 – evidenciando o grave impacto financeiro para os consumidores e ameaça para o setor varejista. Os dados são do Relatório do Varejo 2025, da Adyen, principal provedora de tecnologia de pagamentos para grandes empresas do país.

Entre os varejistas brasileiros, 60% reportaram perdas de até R$ 4,35 milhões com fraudes. A média geral ultrapassa os R$ 11,2 milhões – em 2024 eram R$ 8,3 milhões. Os chargebacks – estornos de compras contestadas pelo consumidor – fazem parte do desafio e representam até 20% dessas perdas para 65% das empresas. Para 22%, os custos com transações fraudulentas e estornos têm impacto financeiro significativo no negócio.

Segundo a pesquisa, cerca de 30% das empresas notaram que as tentativas de fraude aumentaram no último ano, especialmente em períodos de alta demanda, como Black Friday e datas comemorativas (27%).

“Os fraudadores estão mais sofisticados, e a inteligência artificial (IA) tornou os golpes mais escaláveis e difíceis de detectar. O desafio para as empresas é contar com sistemas ágeis e inteligentes, capazes de identificar e bloquear fraudes sem comprometer a experiência dos consumidores legítimos”, afirma Renato Migliacci, VP de Vendas da Adyen Brasil. “Com esse cenário cada vez mais complexo, a combinação de tecnologia e confiança do cliente será o diferencial para proteger os negócios e garantir crescimento sustentável.”

A insegurança gerada pelas fraudes também afeta o comportamento dos consumidores. Um quarto deles (25%) afirma não permitir que seus dispositivos se lembrem dos dados de pagamentos devido aos riscos. Para aumentar a proteção, 31% já utilizam biometria para autenticar compras, enquanto 26% se sentem mais confiantes quando os varejistas pedem dupla autenticação para transações.

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O Relatório do Varejo 2025 foi conduzido globalmente pela Censuswide e contou com a participação de mais de 41 mil consumidores e 14 mil varejistas, em 28 países. Entre eles, 2 mil consumidores e 500 varejistas brasileiros.

IA como solução e novo desafio para fraudes o varejo

Com o avanço da inteligência artificial, 23% dos entrevistados dizem temer que a tecnologia aumente os riscos de fraudes e golpes. Renato explica que “com a IA, os criminosos conseguem replicar comportamentos humanos com maior precisão, tornando ataques mais convincentes e personalizados”. É o que acontece, por exemplo, em golpes de engenharia social, que já afetaram quase 10% dos consumidores brasileiros.

Por outro lado, o estudo mostra que a IA também pode ser uma forte aliada na prevenção de fraudes em tempo real. Quase metade (48%) das empresas utilizam a tecnologia para prevenir transações fraudulentas. Além disso, para aumentar suas receitas em 2025, 41% dos varejistas pretendem investir em IA para fortalecer a segurança e prevenir fraudes. “Na Adyen, investimos em IA para otimizar todo o processo de pagamentos, mantendo o controle sobre as fraudes e os custos. Isso resulta em aumento médio de 6% nas taxas de conversão dos pagamentos”, destaca Renato em relação ao Adyen Uplift, solução de otimização de pagamentos recém lançada pela adquirente.

Os dados também mostram que um dos caminhos eficazes para os varejistas reduzirem as fraudes está na adoção de padrões globais de segurança, como o protocolo 3DS 2.0 e a futura regulamentação PSD3 – cuja adequação já está sendo analisada por 28% das empresas. Ainda assim, um em cada cinco varejistas (20%) aponta que os custos com conformidade representam um custo significativo para seus negócios. “O controle de fraudes deixou de ser apenas um filtro binário entre aprovar ou recusar uma compra. Hoje, ele é uma verdadeira alavanca de receita. As empresas que enxergarem a prevenção como um indicador estratégico de crescimento, e não como um custo inevitável, irão liderar o varejo na próxima década”, finaliza o executivo.

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