
Empresas que nasceram, cresceram ou escolheram a cidade de Vila Velha como base estão colocando o Espírito Santo no mapa da inovação nacional. Ayko Technology, Globalsys e TOTVS Leste são três exemplos de companhias que, a partir do município, vêm desenvolvendo soluções e formando um ecossistema local cada vez mais maduro — que integra infraestrutura, software, inteligência de dados e transformação digital. O cenário foi debatido durante o evento Tech Conference, realizado em Vitória, em um painel com executivos dessas empresas. Veja, abaixo, os principais destaques.
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Orgulho local e visão compartilhada: as apostas de líderes da inovação capixaba
Com o tema “De segredo do Sudeste a hub de tecnologia: o Espírito Santo no mapa da inovação”, o painel reuniu Giuseppe Feitoza (CEO da Ayko Technology), Juliana Diniz (Diretora Executiva da TOTVS Leste), Thiago Molino (CEO da Globalsys) e Clayton Freire (CTO da Wine). O consenso entre os convidados foi claro: o Espírito Santo já reúne os pilares de um ecossistema tecnológico forte.

Pioneiro no setor, Giuseppe defende que o Espírito Santo reúne todos os atributos para atrair investimentos no setor de infraestrutura digital, como os previstos no projeto Redata, um plano nacional para atrair R$ 2 trilhões em investimentos em data centers nos próximos 10 anos.
“O data center, a conectividade e a proteção cibernética são as espinhas dorsais que sustentam toda a tecnologia que usamos. Olhando para o Brasil, acredito que o eixo Rio-São Paulo pode ficar um pouco saturado em termos de recursos energéticos. O Espírito Santo está longe o suficiente para ser estratégico, mas está perto o suficiente para ser muito competitivo. Isso é uma vantagem competitiva clara para que o estado atraia data centers”, pontuou o CEO da Ayko.
Com uma carteira de mais de 2 mil clientes atendidos a partir da base no estado, a diretora da TOTVS Leste vê o Espírito Santo como uma referência em adoção de tecnologia. “Nós operamos em outros estados, como Minas, Bahia e Sergipe, mas é aqui que vemos um ecossistema mais maduro. O Espírito Santo já foi piloto para diversas soluções da TOTVS, inclusive na área de logística e digital commerce, que são setores fortes no estado”, destacou Juliana Diniz.
Ela também ressaltou a importância de fortalecer a adoção de tecnologia entre empresas de menor porte e ampliar a base de transformação. “Nosso desafio agora é consolidar essa camada de empresas menores, que ainda têm pouco acesso à inovação. A maturidade já existe nas grandes e médias, agora precisamos trazer esse movimento para toda a economia capixaba”, disse.
Para Thiago Molino, CEO da Globalsys, o Espírito Santo “já chegou lá”. A empresa, que nasceu em Vila Velha e hoje atende clientes em todo o Brasil, como Wine, Aramis e Grupo Águia Branca, aposta na tecnologia como meio para transformar a estratégia dos negócios. “A tecnologia é uma ponte. A gente investe para construir essa ponte com solidez e propósito, e leva os clientes a um novo patamar de eficiência e competitividade”, disse.
Molino também defendeu o fortalecimento do “orgulho capixaba” como um dos fatores centrais para consolidar o estado como hub de inovação. “É hora de cravar a bandeira do Espírito Santo. A gente precisa parar de achar que o que é bom tem que vir de fora. Temos competência, temos gente e temos entrega”.
O painel ainda contou com a presença de Clayton Freire, CTO da Wine – que apesar de não ser uma empresa de tecnologia, é um exemplo claro de como ela pode ser colocada a serviço da estratégia do negócio. Durante o evento, ele afirmou que o Espírito Santo se destaca por sua vocação logística e capital humano.
“Acredito que o Espírito Santo pode, sim, ser protagonista. A Wine, como outras empresas aqui do estado, são exemplos disso. Escolhemos estar aqui por conta de estar próximo do eixo Rio-São Paulo, e não tão distante dos outros estados, além da parte de incentivos fiscais. É um verdadeiro hub logístico, um estado muito competitivo e com talentos muitos bons. É daqui que conseguimos entregar muita coisa para o mercado nacional e também internacional”, completa.