Ortinho festeja Lia de Itamaracá e entra no mar revolto de Alceu Valença no tom lisérgico do álbum solo ‘Repensista’


Ortinho lança o sexto álbum solo, ‘Repensista’, gravado com produção musical do guitarrista Rovilson Pascoal
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♫ NOTÍCIA
♪ Em 2018, Ortinho estreou o show Nordeste psicodélico, tributo ao movimento dos anos 1970 que injetou a energia do rock com tons lisérgicos na música da região, povoada pelo som de nomes então ascendentes como Alceu Valença, Ave Sangria, Lula Côrtes (1949 – 2011) e Zé Ramalho.
Atento aos sinais de revalorização desse movimento, Ortinho – nome artístico de Wharton Gonçalves Coelho Filho, poeta e compositor pernambucano surgido na cena da agreste cidade natal de Caruaru (PE) e revelado na efervescente década de 1990 como vocalista da banda Querosene Jacaré – cogitou inclusive batizar de Nordeste psicodélico o álbum que lançou ontem, 18 de julho, com o título de Repensista, neologismo criado pelo artista.
Sexto álbum solo de Ortinho, Repensista teve três músicas – De repente Cássia Eller (Ortinho e Rovilson Pascoal, 2024), Grito de uma arara (Ortinho e Marco Polo, 2024) e Senhora do amor (Ortinho,2024) – adiantadas em maio do ano passado em single também intitulado Repensista.
Além de rebobinar essas três faixas já conhecidas, o álbum Repensista apresenta seis gravações inéditas, sendo uma fora do trilho autoral em que segue o disco gravado no estúdio Parede meia, em São Paulo (SP), com a fundamental produção musical do guitarrista Rovilson Pascoal, também criador dos arranjos em função dividida com o próprio Ortinho.
Trata-se de Quando eu olho para o mar (1981), música de Alceu Valença que abriu um álbum menos ouvido do artista, Cinco sentidos, de 1981. A outra regravação, Solto no tempo (2006) é música da lavra do próprio artista, tendo sido lançada pelo autor no álbum Somos (2006).
Da safra autoral inédita, há a serena balada Amor e paixão (2025), a provocativa Há quem diga (2025), um tributo à diva da ciranda Lia de Itamaracá – Eu e Lia, faixa que ecoa Ciranda de Lia (2002), outro tributo de Ortinho à artista, este gravado no primeiro álbum solo do cantor, Ilha do destino (2002) – e Repensista dos encantados, faixa que abre o disco com mix de riffs de guitarra com a prosódia dos cantadores nordestinos do agreste onde Ortinho veio ao mundo em 1964 em um nordeste que alguns poucos anos depois já se tornaria psicodélico.
Capa do álbum ‘Repensista’, de Ortinho
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