Insuficiência venosa crônica: entenda o que é doença de Trump

Donald Trump presidente dos Estados Unidos
Donald Trump, presidente dos Estados Unidos. Foto: Isac Nóbrega/PR

O presidente dos Estados Unidos Donald Trump foi diagnosticado com insuficiência venosa crônica (IVC). A condição foi tornada pública durante pronunciamento oficial da porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, na última quinta-feira (17).

A doença faz com que as veias tenham dificuldade de retornar o sangue ao coração. A condição costuma atingir principalmente as pernas.

Segundo a porta-voz, Trump tem notado inchaços leves em suas pernas nas últimas semanas e, por conta disso, passou por avaliações médicas que confirmaram a condição.

Para entender um pouco melhor sobre a doença, o Folha Vitória conversou com especialistas que explicaram como surge a condição, além de sintomas e sinais de alerta.

Insuficiência venosa crônica: sintomas e complicações

O angiologista e cirurgião vascular da Cardiodiagnóstico, Fernando Silveira, explica que a condição acontece quando as válvulas das veias das pernas não funcionam de forma adequada.

Com isso, o sangue se acumula nas pernas, o que pode causar uma série de sintomas e complicações, como inchaço, principalmente nos tornozelos e pés, cãibras noturnas e coceira e descamação da pele.

Além disso, o paciente também pode notar alterações na cor da pele, varizes e úlceras venosas.

“A dor, o inchaço e o cansaço nas pernas podem dificultar a realização de atividades diárias simples, como caminhar, ficar em pé por longos períodos ou praticar exercícios”, relatou.

Ainda segundo o especialista, as varizes e as alterações na pele podem trazer constrangimento e afetar a autoestima do paciente, o que pode levar a uma diminuição considerável na qualidade de vida.

Fatores de risco

Silveira explica que existem fatores de risco para o desenvolvimento da doença, como obesidade, predisposição genética, gravidez e idade avançada.

Além disso, o cigarro também é um grande facilitador para que a doença apareça, assim como o sedentarismo.

“A falta de movimento dos músculos da panturrilha pode agravar a estase venosa, assim como o tabagismo, que pode afetar a saúde vascular, em geral. As alterações hormonais e o aumento da pressão no abdômen durante a gravidez podem contribuir para a dilatação das veias e o surgimento ou piora da IVC, e o envelhecimento natural traz o enfraquecimento das paredes das veias e das válvulas“, explica.

Impactos vão além do desconforto físico

O cirurgião vascular e angiologista Carlos André Daher explica que os impactos da doença vão muito além do desconforto físico e podem afetar profundamente a qualidade de vida dos pacientes.

“Sintomas como a sensação de peso ou cansaço nas pernas, que sempre se agrava ao final do dia, os edemas, principalmente nos tornozelos, as varizes visíveis e os vasos dilatados geram desconfortos para os pacientes”, conta.

Além disso, com a evolução da doença é possível notar endurecimento da pele, assim como a mudança de cor relatada por Silveira.

O especialista alerta que especialmente entre mulheres e pessoas acima dos 50 anos, a condição acomete homens, como o diagnóstico feito a Donald Trump, presidente dos EUA.

“O impacto da insuficiência venosa crônica vai além do desconforto físico. O quadro afeta a mobilidade, o sono e saúde mental, especialmente nos casos mais avançados. As dores e as limitações provocadas pela doença podem prejudicar o desempenho no trabalho, nas atividades domésticas e nos momentos de lazer”, afirma o médico

Prevenção e tratamento

Assim como em outras situações, quanto mais cedo a condição for diagnosticada, melhores serão os resultados dos tratamentos.

Para conter o cenário, o médico diz que existem algumas opções a serem seguidas, entre elas o uso de meias de compressão que ajudam a melhorar o retorno venoso e reduzem o inchaço, o uso de medicamentos venotônicos, que auxiliam no fortalecimento das paredes das veias e melhoram os sintomas.

“Cirurgias e procedimentos minimamente invasivos, como escleroterapia e laser, que eliminam ou corrigem veias doentes também são alternativas para tratar a IVC”.

No entanto, o angiologista destaca que para potencializar os resultados é fundamental que o paciente entenda a necessidade de mudar seu estilo de vida.

“Praticar exercícios físicos de forma regular e sob orientação, controlar o peso, manter as pernas elevadas ao longo do dia e evitar ficar muito tempo em pé ou sentado são atitudes essenciais do tratamento. Em tempos em que a saúde circulatória vem ganhando mais visibilidade, o cuidado com as pernas, tantas vezes negligenciado, precisa fazer parte da rotina de quem busca bem-estar e qualidade de vida”, conclui

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