Vila Velha propõe medidas para reduzir impactos do tarifaço

Uma das propostas é uma linha de crédito emergencial, com juros subsidiados, via bancos estaduais. Foto: Danilo Martins/Prefeitura de Vila Velha

Devido a imposição do tarifaço pelos Estados Unidos a produtos brasileiros, o prefeito de Vila Velha, Arnaldinho Borgo, articulou um movimento com o setor produtivo capixaba para propor ações emergenciais e estruturantes que reduzam os impactos da medida.

As sete propostas foram entregues ao governador Renato Casagrande na sexta-feira (08), durante a inauguração da Unidade Básica de Saúde de Rio Marinho, em Vila Velha.

Estamos comprometidos com a construção de soluções por meio do diálogo contínuo com entidades representativas e os principais atores da cadeia produtiva. Propomos, de forma colaborativa, uma agenda de medidas emergenciais e estruturantes, voltadas não apenas à mitigação dos impactos imediatos, mas também à transformação da crise em oportunidade – especialmente para os exportadores capixabas.

Arnaldinho Borgo, prefeito de Vila Velha

Produtos mais afetados pelo tarifaço

Embora setores como minério de ferro, petróleo e celulose tenham ficado fora da nova taxação, produtos de grande peso na economia capixaba, como por exemplo café, mamão e gengibre, foram diretamente atingidos.

De acordo com representantes do setor, a medida, de caráter protecionista, fragiliza mercados parceiros e ameaça cadeias produtivas consolidadas. Isso compromete a renda de produtores e exportadores.

Setor produtivo

A iniciativa contou com representantes do Sindiex, da Vports, do Sindirochas, do CentroRochas, do Centro do Comércio do Café, da Assevila, da Associação Brasileira do Gengibre e da empresa Futura Inteligência.

O movimento começou na terça-feira (05), com a Primeira Reunião de Acompanhamento do Cenário Econômico, realizada na sede da Prefeitura de Vila Velha, com a participação do secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Everaldo Colodetti.

As sete propostas apresentadas ao Governo do Estado
  1. Revisão das regras tributárias regionais, com foco nos setores exportadores afetados, utilizando crédito presumido, diferimentos e políticas de fomento.
  2. Uso mais ágil dos créditos tributários acumulados, inclusive como garantia ou amortização de obrigações com instituições financeiras.
  3. Linhas emergenciais de crédito, com juros subsidiados, via bancos estaduais.
  4. Suspensão temporária de até 180 dias de obrigações financeiras estaduais para empresas atingidas e acordos de refinanciamento.
  5. Interlocução com o Governo Federal sobre medidas trabalhistas e fiscais para proteger a atividade econômica e manter empregos.
  6. Soluções logísticas integradas para facilitar o escoamento da produção capixaba, especialmente nos setores de rochas ornamentais, café, celulose, ferro, aço e derivados.
  7. Revisão e flexibilização das alíquotas do Imposto de Importação para máquinas, equipamentos e insumos industriais não produzidos no Brasil ou defasados tecnologicamente.
Operações portuárias em foco

Arnaldinho destacou que Vila Velha concentra mais de 90% das operações da Vports, principal porto do Espírito Santo. Além disso, a cidade é o maior mercado consumidor do Estado, segundo o IPC Maps.

As políticas macroeconômicas são formuladas em Brasília, mas é nas cidades que os impactos são sentidos de forma mais dura. Cabe a nós agir com responsabilidade, ouvindo o setor produtivo e cobrando soluções para proteger nossa economia.

Arnaldinho Borgo, prefeito de Vila Velha

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