STF ouve novas testemunhas de defesa de Anderson Torres no julgamento da tentativa de golpe


As testemunhas foram ministros do governo Jair Bolsonaro, ex-colegas de Anderson Torres, acusado de dar suporte para manter Bolsonaro no poder. STF ouve novas testemunhas de defesa de Anderson Torres no julgamento da tentativa de golpe
Reprodução/TV Globo
A Primeira Turma do S-T-F ouviu uma nova rodada de testemunhas indicadas pela defesa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres no julgamento da tentativa de golpe.
As testemunhas foram ministros do governo Jair Bolsonaro, ex-colegas de Anderson Torres, acusado de dar suporte para manter Bolsonaro no poder.
Foi na casa de Torres que a Polícia Federal apreendeu a chamada minuta do golpe. Nesta quinta-feira (29) todos negaram ter discutido um golpe, mas confirmaram que o ex-presidente questionou a lisura do pleito eleitoral.
O STF não permitiu a gravação dos depoimentos, mas os jornalistas puderam acompanhar e fazer anotações.
O ex-advogado-geral da União, Bruno Bianco, confirmou a reunião depois do segundo turno de 2022, em que Bolsonaro questionou se haveria alternativas legais para mudar o resultado das eleições.
“Houve uma reunião. Ele perguntou se eu havia visto algum tipo de problema jurídico e eu de pronto respondi que não. Eu disse que o pleito eleitoral, na minha ótica, tinha ocorrido de maneira absolutamente correta e legal, sem nenhum tipo de problema jurídico. Ele falou assim: ‘você vê, você vislumbra algum problema ou algo que possa ser questionado?’. E eu disse que não, que absolutamente não. Eu disse que tinha uma comissão acompanhando, disse que a eleição foi absolutamente transparente. E o presidente da República, pelo menos na minha frente, se deu por satisfeito”, comenta Bruno Bianco, ex-advogado-geral da União.
Bianco disse que comandantes das Forças Armadas estavam presentes. As testemunhas foram questionadas também sobre outra reunião: a de 5 de julho de 2022, em que o ex-presidente reuniu todos os ministros para tratar do processo eleitoral.
Na reunião, o ex-presidente disse que: “se a gente reagir depois das eleições, vai ter um caos no Brasil, vai virar uma grande guerrilha”.
O ex-ministro da Controladoria-Geral da União Wagner Rosário disse que o objetivo era alinhar o papel das instituições.
“Foi uma discussão sobre o processo eleitoral e sobre as formas que as instituições iriam agir naquele momento, alinhado ao que estava previsto nas resoluções. Tinham algumas instituições que tinham uma participação como entidade fiscalizadora superior, entidades fiscalizadoras no âmbito do processo eleitoral”, diz Wagner Rosário, ex-ministro da CGU.
As últimas pessoas indicadas por Anderson Torres vão ser ouvidas nesta sexta-feira (30) e na próxima segunda-feira (2). O STF vai ouvir também, nas mesmas audiências, as testemunhas indicadas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.
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