O presidente chinês Xi Jinping conversou durante 90 minutos por telefone com seu homólogo estadunidense, Donald Trump, nesta quinta-feira (5). Segundo a Agência de Notícias Xinhua, a conversa ocorreu a pedido de Trump. Xi disse a Trump que os Estados Unidos devem “retirar as medidas negativas que tomaram contra a China”.
Nesta quarta-feira (4), Trump lamentou o difícil de negociar com seu par chinês: “Gosto do Presidente XI da China, sempre gostei e sempre gostarei, mas ele é MUITO DURO E EXTREMAMENTE DIFÍCIL DE FAZER UM ACORDO!!!”, disse na sua rede Truth Social.
“Os dois lados devem aumentar os intercâmbios em vários campos, como diplomacia, economia e comércio, forças armadas e aplicação da lei, aumentar o consenso, reduzir mal-entendidos e fortalecer a cooperação”, disse o presidente chinês. Xi Jinping destacou que é preciso “corrigir o curso da relação sino-americana”, e para isso seria “particularmente importante” eliminar interferências e sabotagens.
Após finalizada a conversa, Trump avaliou que a conversa com Xi teria sido “excelente” e que “resultou em uma conclusão muito positiva para ambos os países”. O presidente dos EUA disse que eles discutiram “algumas das complexidades do nosso acordo comercial recentemente firmado e aprovado”.
Trump se refere ao acordo que resultou das primeiras conversas sobre o tarifaço em Genebra, que fizeram com que os EUA reduzissem as tarifas a produtos chineses de 145% para 30%, e que a China diminuísse suas tarifas retaliatórias de 125% para 10%.
A negociação foi feita por He Lifeng, vice-premiê do Conselho de Estado, e Scott Bessent, Secretário do Tesouro dos EUA, que se mantém como integrantes do mecanismo criado para dar seguimento aos acordos. Trump disse que haverá uma próxima reunião em breve, que além de Bessent contará com o Secretário de Comércio, Howard Lutnick, e o Representante Comercial dos Estados Unidos, Jamieson Greer.
Na sua postagem, o mandatário dos EUA, destacou que “a conversa se concentrou quase exclusivamente em COMÉRCIO”. Nada foi discutido sobre Rússia/Ucrânia ou Irã, completou.
Segundo o lado chinês, porém, Xi Jinping teria abordado o assunto de Taiwan. “Os Estados Unidos devem lidar com a questão de Taiwan com prudência para evitar que o número extremamente pequeno de elementos separatistas da ‘independência de Taiwan’ arraste a China e os Estados Unidos para uma situação perigosa de conflito e confronto”.
Convite de Xi a Trump à China
Xi Jinping convidou Trump e Melania para visitar a China e o presidente dos EUA disse que retribuiu o convite. “Como presidentes de duas grandes nações, isso é algo que ambos aguardamos ansiosamente”, escreveu Trump em sua publicação.
Ambos lados reafirmaram a disposição de trabalhar para implementar o acordo iniciado em Genebra. A agência de notícias chinesa também divulgou que Trump afirmou que “os EUA acolhem estudantes chineses para estudar nos EUA”, mas sem mais detalhes.
Ontem, a presidência estadunidense divulgou uma “proclamação” intitulada “Aprimorando a Segurança Nacional por meio da Abordagem de Riscos na Universidade Harvard”, como uma nova tentativa de restringir estudantes estrangeiros nessa instituição.
A medida anterior que visava impossibilitar a universidade receber estudantes e acadêmicos estrangeiros havia sido cancelada por um juiz federal.
*Com informações da Agência de Notícias Xinhua
