O outsourcing de TI, historicamente associado à redução de custos e à terceirização de funções operacionais, evoluiu para se tornar um componente estratégico essencial nas organizações modernas. À medida que o ambiente de trabalho se digitaliza e essa digitalização se perpetua globalmente, percebo que o verdadeiro valor do outsourcing reside não apenas na eficiência operacional, mas também no fortalecimento da experiência do colaborador, na promoção da agilidade e no suporte contínuo à evolução tecnológica.
Essa mudança de enfoque se reflete no crescimento expressivo do mercado de Digital Workplace, que busca integrar ferramentas, pessoas e processos em ambientes digitais mais colaborativos e produtivos. Segundo a Grand View Research, esse mercado deve alcançar US$166,27 bilhões até 2030, com uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de 22,8% entre 2025 e 2030. Embora o Digital Workplace nem sempre seja terceirizado, muitas empresas recorrem a parceiros especializados para implementar, gerenciar e escalar essas iniciativas, em áreas como colaboração em nuvem, automação, suporte técnico e segurança digital.
Entre os principais fatores que determinam o sucesso do outsourcing nesse contexto, destaco inicialmente a capacidade de adaptar-se ao rápido avanço tecnológico e à necessidade contínua de inovação no Digital Wokplace. Além disso, outro fator essencial é a oferta de suporte eficaz a ambientes de trabalho híbridos e multicloud. À medida que os modelos de trabalho se tornam mais flexíveis e descentralizados, a experiência e maturidade na gestão de ambientes híbridos tornam-se diferenciais estratégicos — especialmente para clientes com demandas complexas e infraestrutura distribuída.
Além disso, a eficácia do outsourcing de TI está diretamente ligada à escolha de parceiros que compartilham a visão, a cultura e os objetivos da organização. Provedores que investem em inovação e atuam como facilitadores estratégicos são fundamentais para gerar valor real. Nesse contexto, a combinação entre presença regional sólida e atuação global se torna um diferencial, pois garante não apenas agilidade na entrega, mas também uma compreensão mais profunda das particularidades culturais, regulatórias e específicas do negócio de cada cliente.
Observo um movimento crescente das empresas para entregar valor nesse tipo de serviço, uma tarefa bastante complexa, pois precisa ser pautada em uma abordagem voltada genuinamente ao cliente. E é valorizando a escuta ativa, a flexibilidade na entrega e a personalização das soluções que uma empresa consegue atender seus clientes com terceirização de qualidade.
Em um ambiente de trabalho cada vez mais digital e diverso, adaptar-se às necessidades específicas de cada organização deixa de ser um diferencial e passa a ser uma exigência estratégica.
Paola Inés Sapino, diretora geral Latam da Getronics.