Laysa Peixoto: a primeira mulher brasileira prestes a conquistar o espaço

Laysa Peixoto, de 22 anos, natural de Contagem (MG), anunciou em suas redes sociais que foi oficialmente selecionada para integrar a turma de astronautas da Titans Space Industries e participar do voo inaugural da empresa, previsto para março de 2029. Caso a missão seja levada adiante conforme planejado, ela se tornará a primeira mulher brasileira a cruzar a fronteira espacial e a terceira pessoa do país a pisar fora da Terra.

Conhaça a trajetória científica e acadêmica de Laysa

Laysa Peixoto é graduada em Física pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), onde participou ativamente do Observatório Astronômico e conquistou medalha de prata na Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica. Em 2022, concluiu o programa Advanced Space Academy da NASA, voltado à formação de futuros astronautas. Além disso, cursou nos Estados Unidos disciplinas de Engenharia em Aprendizado de Máquina, Modelagem e Simulação no MIT. Atualmente, ela está matriculada em mestrado em Aplicações de Computador e Física Quântica na Universidade de Columbia.

Desde muito jovem, Laysa demonstrou paixão pela astronomia e pela ciência. Aos 18 anos, como parte de um projeto educacional vinculado à NASA, ela identificou e nomeou um asteroide, um feito raro para alguém ainda no início da carreira acadêmica. Em 2023, Laysa ingressou na equipe de pesquisa da própria NASA, onde passou a liderar um grupo de desenvolvimento de tecnologias espaciais, tornando-se a primeira brasileira a chefiar essa equipe dentro da agência espacial norte-americana.

No mesmo ano, a revista Forbes incluiu-a em sua lista Forbes Under 30, destacando-a como uma das jovens mais promissoras do Brasil na área de ciência e tecnologia. Além disso, ela conduziu experimentos em ambiente de gravidade zero e teve dois projetos aprovados pela NASA, reforçando sua reputação de pesquisa sólida e inovadora.

A missão Titans Space Industries

A Titans Space Industries (TSI) é uma empresa privada norte-americana com ambições de revolucionar o turismo e a pesquisa espacial por meio de veículos reutilizáveis e infraestruturas em órbita baixa da Terra. Entre seu portfólio estão planos para uma estação espacial própria, transportadores orbitais para a Lua e projetos de exploração de Marte. O voo inaugural, comandado pelo veterano astronauta da NASA Bill McArthur, que acumulou mais de 180 dias a bordo da ISS, marcará o início das operações tripuladas da empresa e incluirá, além de Laysa, outros “astronautas fundadores” escolhidos para essa primeira jornada.

Segundo informações divulgadas pela própria Titans, o veículo usado no voo inaugural será um spaceplane de decolagem horizontal e pouso horizontal, projetado para levar até 24 tripulantes em uma experiência que combinará pesquisa científica e vivência de luxo em gravidade reduzida.

Contexto histórico do Brasil no espaço

O Brasil já teve dois representantes no espaço: o engenheiro Marcos Pontes, que embarcou em missão oficial da NASA em 2006 e se tornou o primeiro astronauta brasileiro e sul-americano a orbitar a Terra, e o engenheiro Victor Hespanha, que participou em julho de 2022 de um voo turístico da Blue Origin. Com a confirmação de Laysa para o voo de 2029, o país dará um salto não apenas ao incluir uma mulher pela primeira vez, mas também ao retomar missões espaciais tripuladas após uma inovação privada, alinhada a uma tendência global de parcerias público-privadas e iniciativas comerciais no universo aeroespacial.

Preparação para o voo

Até março de 2029, Laysa seguirá um rigoroso cronograma de treinamentos que incluirá:

  • Simulações em voos suborbitais: exercícios em cápsulas de gravidade reduzida para familiarização com as sensações e protocolos de missão.
  • Piloto em treinamento: cursa formação aeronáutica em escola homologada, etapa fundamental para qualquer astronauta que opere sistemas de voo avançados.
  • Estágios técnicos na Titans Space Academy: o programa de treinamento da empresa, ministrado por ex-astronautas e especialistas, estrutura-se em módulos de 12 semanas distribuídos nos dois anos que antecedem o voo, culminando em quatro dias intensivos de pré-voo.

“Seguirei firme rumo ao meu primeiro voo como astronauta de carreira. É uma enorme alegria representar o Brasil em uma era que mudará para sempre a história da humanidade”. Afirmou Laysa

Representatividade e Inovação Brasileira

A seleção de Laysa representa um marco para a representatividade feminina na ciência e na tecnologia no Brasil. Embora já tenhamos tido mulheres brasileiras destacadas em áreas como engenharia aeroespacial e astronomia, nenhuma ainda havia cruzado a atmosfera como membro oficial de uma tripulação. Esse feito reforça iniciativas nacionais de incentivo a meninas e jovens mulheres nas ciências exatas, inspirando novas gerações a buscar carreiras antes vistas como inatingíveis.

Além disso, a parceria de Laysa com a NASA e a Titans Space cria um canal de intercâmbio tecnológico: pesquisas brasileiras em materiais avançados, robótica e propulsão poderão ser validadas em ambientes de microgravidade, acelerando o desenvolvimento de competências no país.

Com a data de lançamento definida para março de 2029, a corrida por arrecadação de fundos, parcerias acadêmicas e certificações de segurança ganhará intensidade nos próximos meses. A Titans Space planeja inaugurar também, em breve, sua estação espacial, abrindo espaço para experimentos científicos que poderão envolver universidades e startups brasileiras.

Para o Brasil, a missão de Laysa pode impulsionar o surgimento de um programa nacional de apoio a voos espaciais privados, além de fortalecer discussões sobre política espacial, regulação e cooperação internacional. A longo prazo, a meta é ver brasileiros não apenas como passageiros, mas como pesquisadores contribuindo ativamente em missões a destinos como Lua e Marte.


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