
Laura Maria Cerqueira Miranda é mãe solo e enfrenta diariamente uma batalha de amor, coragem e superação para garantir o melhor para seu filho, Benjamin Gustavo, de 7 anos. Diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista (TEA), Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) e em observação para um possível TOD [Transtorno Opositivo-Desafiador], Benjamin precisa de cuidados constantes, tratamentos especializados e apoio terapêutico.
A história dessa mãe começa com um parto de risco, segue com o diagnóstico difícil e hoje chega a um apelo emocionado por ajuda, não só financeira, mas também por visibilidade e acolhimento. Morando em um condomínio do Programa Minha Casa, Minha Vida e vivendo apenas do BPC [Benefício de Prestação Continuada], Laura pede apoio para proporcionar ao filho uma vida mais digna e, se possível, chamar a atenção de programas televisivos que possam ajudar.
Descoberta
Laura Maria Cerqueira Miranda contou ao Acorda Cidade como descobriu que o filho era uma criança autista. Ela relata que percebeu um comportamento estranho nele desde pequeno, quando ele ainda mamava.
“Quando ele mamava, eu percebia a agitação, ele se sacudia muito, batia muito as pernas e percebi que tinha algo estranho. Um dia ele estava se batendo muito e procurei um médico. Ele olhou e disse que estava tudo normal, mas continuaram as mesmas crises. Então procurei o CAPs e um médico passou alguns exames, quando veio a notícia de que ele era autista. Ele também tem TDAH e estamos investigando para saber se ele tem o TOD.”
As dificuldades para Laura Maria começaram ainda durante a gravidez. Um médico já havia informado que ela não poderia engravidar, pois estava com muitos miomas, e a encaminhou para um procedimento cirúrgico. Enquanto fazia os exames para a cirurgia, ela descobriu que estava grávida.
“Fui diagnosticada com gravidez de alto risco, a pressão só ficava alta, e no dia do parto minha pressão subiu muito. A médica disse que teria que escolher entre a vida do meu filho e a minha. Minha irmã disse que não aceitava, o parto foi muito difícil, eu e ele fomos para a UTI”, relatou.
Dificuldades
Ao Acorda Cidade, ela contou que trabalhava como artesã, mas devido aos cuidados que o filho necessita, ela precisou deixar os trabalhos de lado para dedicar toda a atenção que ele precisa. Além disso, enfrenta alguns problemas de saúde, mas não consegue dar continuidade aos tratamentos.
“Minha rotina mudou toda. Hoje não faço nada, deixei meus tratamentos de saúde de lado porque não tenho dinheiro, a família do pai nunca aceitou o autismo, não tenho apoio, o pai maltratava a criança e fui obrigada a colocá-lo para fora de casa. Hoje passo muita dificuldade, não posso fechar a porta do banheiro para tomar banho, não consigo limpar a casa, ele dorme comigo”, relatou.

De acordo com Laura Maria Cerqueira Miranda, atualmente a criança faz uso de canabidiol, único medicamento que conseguiu controlar as crises, além de outros medicamentos.
“A gente precisa de fraldas, lenços umedecidos, pomada para assadura, ele não faz as necessidades dele sozinho, se suja todo, passa nas paredes. Eu estou passando necessidade, eu fazia meus artesanatos, mas agora não consigo fazer mais nada. No momento, eu só foco em Benjamin. Ele sofre muito preconceito, quando dá uma crise no ônibus as pessoas encaram como malcriação. Eu quero uma melhora de vida para o meu filho. As terapias dele são poucas e ele precisa de mais cuidados”, ressaltou.
A mãe conta que a criança tem o sonho de conhecer o apresentador do programa Caldeirão do Mion, da Rede Globo, Marcos Mion.
“Ele quer conhecer o apresentador e quer cantar. Eu nunca quis expor meu filho e, através de uma amiga, que é mãe de dois meninos autistas, o vídeo foi divulgado e tornou a história dele mais conhecida”, disse.
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade
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