
A Justiça do Espírito Santo determinou a prisão preventiva do advogado Ivomar Rodrigues Gomes Junior, envolvido no acidente que resultou na morte de um casal na Terceira Ponte, em Vila Velha. O acidente, ocorrido em 2019, aconteceu durante um “racha” e o advogado foi preso nesta quarta-feira (18).
Ivomar e o universitário Oswaldo Venturini Neto são acusados de ingerir bebida alcoólica e realizar um “racha” na ponte, que acabou no acidente que resultou na morte do casal Kelvin Gonçalves dos Santos e Brunelli Oliveira.
Segundo o Ministério Público do Espírito Santo (MPES), o mandado de prisão contra Ivomar foi cumprido pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) com apoio da Assessoria Militar do MPES.
STJ diz que tentativa de adiamento é para ganhar tempo
O pedido da prisão preventiva, feito pela Promotoria de Justiça, acontece após imposições aplicadas pela defesa de Ivomar, que teriam sido feitas “com o objetivo de retardar a tramitação do processo penal e postergar a realização do julgamento”.
No pedido de prisão, o MPES salienta que “a vítima representa a razão de ser da existência do sistema penal. É em torno da violação de seus direitos fundamentais que o aparato repressivo estatal se mobiliza”.
Desde 2021, de acordo com o MPES, o réu solicita adiamentos de audiência de instrução, bem como pedidos de prazo maior para apresentação de quesitos para perícia judicial, o que se repetiu nos anos posteriores e resultou em novos adiamentos.
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) já havia negado recurso da defesa do réu, por entender que se tratava de tentativa de ganhar tempo e protelar o andamento processual.
Com o último recurso negado, a defesa tem o prazo de cinco dias para apresentar sua alegação final no processo.
Relembre o caso
A batida que tirou a vida de Kelvin e Brunielly aconteceu na madrugada do dia 22 de maio de 2019, na Terceira Ponte, quando acusados e vítimas seguiam no sentido Vila Velha x Vitória.
O casal estava em uma moto quando foi atingido pelos veículos que, segundo a polícia, participavam de um “racha”. As vítimas morreram na hora. Já os suspeitos foram detidos e encaminhados para o presídio.
O laudo pericial detalhado sobre o acidente aponta que foi o veículo dirigido pelo advogado Ivomar Rodrigues, um Audi, que atingiu a moto. O documento também demonstrou que o advogado não freou antes da colisão. Ivomar, segundo a perícia, seguia a 149 km/h e só acionou os freios no momento exato da colisão.
Já o carro de Oswaldo, um Toyota Etios, colidiu contra o Audi a 144 km/h, segundo o laudo pericial. Com a batida, o veículo do advogado atingiu a moto. Em seguida, o Etios girou, atingiu o Audi novamente e colidiu contra a mureta da ponte.
Os acusados foram presos em flagrante e tiveram a prisão convertida em preventiva na audiência de custódia. No entanto, o STJ concedeu liberdade provisória aos réus após recursos das defesas.
O que dizem as defesas
Por meio de nota, o advogado Ludgero Liberato, que faz a defesa de Oswaldo Venturini Neto, informou que seu cliente colaborou com toda a instrução criminal. “Ele apresentou as alegações finais no momento processual adequado e segue confiando que o Poder Judiciário tomará a decisão correta no momento adequado”.
A reportagem do Folha Vitória tenta contato com a defesa do advogado de Ivomar. O espaço segue aberto para a manifestação.