
Recentemente, tensões envolvendo Israel, Irã e Rússia trouxeram à tona preocupações sérias sobre segurança nuclear. O centro da polêmica é a usina nuclear de Bushehr, localizada no litoral iraniano do Golfo Pérsico. Esta instalação é a única usina nuclear ativa no Irã e foi construída com ajuda técnica e financeira da Rússia.
Em meio ao conflito, surgiu uma afirmação controversa sobre um possível ataque israelense à usina. Inicialmente, um porta-voz militar israelense chegou a declarar que Israel havia atacado o local. Pouco depois, um oficial das forças armadas israelenses classificou esta declaração como equivocada e afirmou não poder confirmar nem negar que o ataque tenha realmente ocorrido.
Alexei Likhachev, chefe da Rosatom – corporação estatal russa responsável pelo setor nuclear –, alertou em tom grave sobre os riscos envolvidos. Segundo ele, qualquer ataque direto à usina nuclear de Bushehr poderia desencadear uma catástrofe nuclear comparável ao acidente de Chernobyl, ocorrido em 1986, que até hoje é considerado o pior desastre nuclear da história.

Uma imagem de satélite mostra novos reatores em construção no local de Bushehr, no Irã, nesta imagem divulgada datada de 1º de janeiro de 2025
O presidente russo, Vladimir Putin, também demonstrou preocupação com a situação. Ele afirmou publicamente que recebeu garantias por parte de Israel quanto à segurança dos funcionários russos presentes na usina, responsáveis pela construção de novas unidades nucleares. Ainda assim, Putin reconheceu a complexidade do cenário e reforçou o comprometimento russo em proteger seus cidadãos que continuam trabalhando na planta.
Maria Zakharova, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, fez um apelo claro aos Estados Unidos para que não intervenham militarmente na situação. Ela enfatizou que ações militares contra instalações nucleares civis são consideradas inaceitáveis e ilegais pela Rússia, alertando para consequências imprevisíveis que poderiam resultar dessa escalada.
Em meio à crise, algumas equipes de especialistas russos foram retiradas do local por precaução. No entanto, centenas de trabalhadores essenciais permanecem na usina de Bushehr, preparados para uma eventual evacuação rápida, se necessário.
Embora o governo russo mantenha relações estratégicas fortes com o Irã, Putin também tem destacado a importância da relação de seu país com Israel, sinalizando disposição para buscar soluções diplomáticas que possam atender as preocupações de segurança israelenses, bem como os interesses iranianos.
O temor de uma escalada ainda maior persiste, especialmente após declarações adicionais de autoridades russas. Mikhail Bogdanov, vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, manifestou preocupação profunda sobre a hipótese dos EUA entrarem diretamente no conflito ao lado de Israel, destacando que tal cenário teria consequências imprevisíveis e potencialmente graves para todo o mundo.
Esse Rússia afirma que ataque a usina no Irã pode gerar “nova Chernobyl” foi publicado primeiro no Misterios do Mundo. Cópias não são autorizadas.