ChatGPT já influencia conversões no varejo, aponta estudo

A adoção da inteligência artificial generativa começa a remodelar a jornada de compra online no Brasil. Um levantamento inédito realizado pela GH Brandtech revela que o ChatGPT já atua como um canal efetivo de aquisição e conversão no varejo, impactando diretamente receitas e decisões de compra em múltiplos setores.

A análise, realizada entre janeiro e maio de 2025, monitorou o comportamento de usuários em 12 empresas brasileiras aceleradas pela GH Brandtech, abrangendo segmentos como bancos digitais, moda, turismo e software B2B. No total, foram observados cerca de 10 milhões de acessos mensais aos canais de venda das marcas, dos quais 0,09% tiveram origem direta no domínio chatgpt.com. Apesar do volume aparentemente modesto, os acessos se traduziram em eventos qualificados no funil de conversão — incluindo visualizações de produto, adições ao carrinho e finalizações de compra.

O impacto comercial do canal é considerado significativo, especialmente em negócios com ticket médio mais alto, onde a taxa de conversão via ChatGPT foi equiparada à de canais tradicionais. A GH Brandtech destaca que esse comportamento marca um ponto de inflexão nas estratégias digitais: pela primeira vez, uma interface conversacional baseada em IA começa a disputar espaço com buscadores e redes sociais na geração de receita.

Três tendências emergentes

O estudo identificou três padrões principais no uso do ChatGPT como canal de aquisição:

Ampliação dos setores impactados: grandes marcas e empresas de nicho reportaram tráfego qualificado oriundo do ChatGPT, com geração de receita direta.

Engajamento com conversão: cada empresa analisada identificou centenas de sessões vindas do chat, resultando em eventos de conversão reais, como cliques em produtos e compras efetivas.

Alta eficiência em vendas complexas: em empresas com produtos de maior valor agregado, o canal mostrou potencial elevado de conversão, mesmo com volume menor de visitas.

Segundo Joabel Luis Kasper, Growth Marketing Officer da GH Brandtech, “a IA deixou de ser apenas um canal de informação. Ela já influencia — e em muitos casos conclui — decisões de consumo. Estamos diante de uma mudança silenciosa no comportamento de compra online”.

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Desafios e recomendações para as marcas

Com a IA assumindo um papel mais ativo na jornada de compra, as empresas precisarão revisar suas estratégias de SEO, dados e integração com sistemas conversacionais. O relatório recomenda:

Adaptação de catálogos de produto para leitura por IA generativa;

Integração com APIs que forneçam dados em tempo real;

Criação de modelos de atribuição para jornadas iniciadas em plataformas como o ChatGPT.

“A lógica tradicional de busca precisa ser ampliada. As marcas que entenderem rapidamente como tornar seus dados legíveis e acionáveis por IA terão vantagem competitiva nos próximos ciclos de consumo”, afirma Kasper.

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