
Silencioso e, muitas vezes, assintomático nas fases iniciais, o câncer de rim é um diagnóstico que costuma pegar o paciente de surpresa. Apesar disso, não é considerado uma doença incomum.
Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), de 2023, o câncer renal é diagnosticado em 15 mil brasileiros por ano e afeta os órgãos responsáveis por filtrar o sangue e eliminar substâncias tóxicas pela urina.
O Junho Laranja, mês da conscientização do câncer renal chama a atenção para a doença, mais comum em homens, e para a importância do diagnóstico precoce. Descubra como reconhecer os sinais de alerta.
Maior desafio ao falar de câncer de rim
O tipo mais comum de câncer de rim, é o carcinoma de células claras, segundo a Oncologista do Hospital Santa Rita Camila Cezana. Ele é responsável por até 80% dos casos diagnosticados.
Mas ele não é o único e podemos destacar ainda o carcinoma papilar e cromófobo, carcinoma urotelial e tumor de Wilms (em crianças).
Entretanto, independente da variação, Camila destaca que há um desafio principal quando falamos de câncer de rim: a falta de sintomas. “É comum o tumor ser descoberto de forma acidental durante exames de imagem solicitados por outros motivos”, pontua a médica.
A característica assintomática também dificulta o diagnóstico, o que de acordo com a especialista, prejudica consideravelmente o tratamento do paciente.
Quanto mais cedo é feito o diagnóstico, mais chances temos de cura. Quando o tumor é detectado ainda em estágio localizado, as chances de sucesso no tratamento podem ultrapassar 90%.
Sinais de alerta do câncer de rim
Apesar de nem sempre demonstrar sintomas, alguns sinais podem sim indicar a presença de um câncer renal, de acordo com Camila. São eles:
- Presença de sangue na urina (hematúria);
- Dor lombar persistente;
- Massa abdominal palpável;
- Perda de peso inexplicável;
- Febre recorrente;
- Fadiga;
- Anemia.
Hábitos que impactam na saúde do rim
Assim como em muitos casos de cânceres, alguns hábitos podem ser considerados fatores de risco para o desenvolvimento da doença renal.
“O tabagismo está associado a cerca de 30% dos casos, além da obesidade, a hipertensão arterial e a exposição prolongada a substâncias tóxicas, como solventes industriais e agrotóxicos”, alerta a oncologista.
Além disso, segundo ela, o histórico familiar da doença, além de síndromes genéticas hereditárias, como a Doença de Von Hippel-Lindau – que predispõe o indivíduo ao desenvolvimento de tumores benignos e malignos em múltiplos órgãos, também entram como fatores que podem desencadear o câncer renal.
Diagnóstico e tratamento
Já o diagnóstico, de acordo com Rodrigo Fraga, oncologista do Hospital São José e professor do Unesc, é feito por meio de exames de imagem, como ultrassonografia abdominal, tomografia computadorizada e ressonância magnética. Além da biópsia em casos específicos.
Sobre o tratamento, ele explica que, nos últimos anos, houve um avanço significativo nas opções de terapias, com a introdução de medicamentos imunoterápicos e terapias-alvo, que são menos agressivos do que a quimioterapia tradicional.
“Em tumores pequenos e localizados, a nefrectomia parcial – retirada de parte do rim – é a abordagem mais comum. No entanto, quando a doença está avançada, pode ser necessário remover o rim inteiro – nefrectomia radical – e adotar terapias sistêmicas”, explica
É possível prevenir?
Segundo Camila Cezana, a melhor forma de prevenção do câncer de rim é adotar um estilo de vida saudável. Além disso, é essencial estar atento aos sinais e procurar um especialista ao apresentar os sintomas.
“Alimentação balanceada, zero tabagismo, controle da pressão arterial e visitas regulares para check-ups médicos ajudam a reduzir o risco da doença”, enfatiza a médica.