Governo amplia mistura de etanol e biodiesel em meio à guerra entre Israel e Irã

O objetivo da medida é reduzir a dependência de combustíveis fósseis. Foto: Marcello Casal jr/Agência Brasil

O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) aprovou o aumento do percentual de biocombustíveis na gasolina e no diesel comercializados no Brasil. A medida, confirmada pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, eleva a mistura de etanol na gasolina de 27% para 30% e a de biodiesel no diesel de 14% para 15%.

A decisão, tomada nesta quarta-feira (25), ocorre em meio ao agravamento da crise no Oriente Médio. Especialmente devido ao conflito entre Israel e Irã, e à alta nos preços do petróleo.

De acordo com o governo federal, o objetivo é reduzir a dependência de combustíveis fósseis, além de atenuar os efeitos da volatilidade internacional e garantir mais segurança energética ao país.

Impacto econômico e ambiental

A Frente Parlamentar Mista do Biodiesel elogiou a iniciativa da mistura de etanol e biodiesel, destacando que ela integra a Lei do Combustível do Futuro e fortalece a cadeia nacional de biocombustíveis.

A entidade afirma que a decisão pode atrair até R$ 220 bilhões em investimentos. Além disso, reduz as emissões de gases do efeito estufa, estimula a produção agrícola e estabiliza os preços da cadeia de proteínas.

Segundo estimativas da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), com o aumento da mistura do biodiesel para 15%, a demanda no último trimestre de 2025 deverá crescer de forma significativa. Ou seja, 150 mil toneladas a mais de óleo de soja, 750 mil toneladas de grãos para esmagamento e 600 mil toneladas adicionais de farelo de soja.

Isso reduziria os custos no agronegócio e impulsionaria a agricultura familiar, que hoje envolve cerca de 75 mil famílias na cadeia do biodiesel.

Biocombustíveis

De acordo com a Frente Parlamentar, o atual contexto geopolítico reforça a urgência da medida. Em apenas três semanas, o preço internacional do petróleo subiu 26%. Isso ocorreu devido à pressão por riscos como o possível fechamento do estreito de Ormuz, por onde passa cerca de 30% do comércio global de petróleo.

Ao contrário do petróleo, o biodiesel não é tão suscetível a choques internacionais, pois tem como base a soja, insumo de preços mais estáveis. Assim, os biocombustíveis podem atuar como fator de equilíbrio inflacionário, ao reduzir o impacto da volatilidade dos combustíveis fósseis na economia brasileira.

*Com informações do R7

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