
Um grupo de estudantes do Inteli (Instituto de Tecnologia e Liderança) desenvolveu um projeto que testa jogos para gatos em abrigos. A proposta é avaliar como estímulos visuais e sonoros em telas interativas podem contribuir para o bem-estar e a saúde mental dos felinos.
Os jogos exibem elementos como insetos e ratos que se movem de forma instintiva nas telas, com sons e cores contrastantes. Os gatos interagem tentando capturar os objetos com as patas, comportamento natural que simula ações de caça e exploração.
Protótipos foram testados por 10 semanas
Durante dez semanas, os alunos levaram os protótipos para abrigos e observaram a reação dos gatos diante das telas. Segundo o professor Sergio Venancio, os animais demonstraram interesse e interagiram com os jogos por períodos curtos, sobretudo quando percebiam movimento na tela.
A hipótese era que, com a inclusão de recompensas alimentares após os toques, os gatos poderiam associar o esforço a um benefício. No entanto, ainda não foi possível confirmar se os jogos ativam plenamente os instintos de caça ou geram mudanças comportamentais duradouras.
Como os jogos foram desenvolvidos?
Segundo os desenvolvedores, adaptar a lógica de um aplicativo para o comportamento felino é um desafio. Gatos não respondem a pontuações ou recompensas simbólicas, exigindo que o design considere estímulos mais diretos. O maior obstáculo foi desenvolver os testes em laboratório, sem a presença constante de animais.
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Apesar disso, o resultado foi considerado positivo, e os códigos dos jogos foram disponibilizados em código aberto, permitindo que qualquer pessoa os adapte, jogue com seus pets e até contribua com melhorias no sistema.
Tecnologia pet está em expansão no Brasil
O professor também destacou que o mercado pet vive uma fase de crescimento, com produtos que vão desde coleiras com GPS até tradutores de miados com inteligência artificial. Ele acredita que os jogos para gatos podem se tornar parte desse novo ecossistema, desde que respeitem os limites e a cognição animal.
“A tecnologia precisa ser feita pensando no animal. Se entendermos melhor o que motiva os pets, podemos criar experiências mais eficazes”, afirma Venancio.
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