EUA nega vistos ao time cubano feminino de voleibol para competir em Porto Rico

Em meio a uma crescente ofensiva diplomática, os Estados Unidos negaram vistos à seleção feminina de voleibol de Cuba, impedindo sua participação em um torneio realizado em Porto Rico.

Por meio de um comunicado, a Federação Cubana de Voleibol (FCV) informou que todos os 16 membros da delegação tiveram seus vistos recusados para viajar a Porto Rico, ilha no Caribe que é território estadunidense. Apesar de os pedidos terem sido apresentados corretamente e dentro do prazo, a Embaixada dos Estados Unidos em Havana os rejeitou sem fornecer qualquer explicação.

Classificando a medida como “injusta e discriminatória”, a FCV afirma que a negativa das autoridades norte-americanas viola os compromissos internacionais assumidos pelos países-sede de eventos esportivos, que devem garantir a participação equitativa de todas as delegações classificadas.

Os vistos haviam sido solicitados para a participação no torneio feminino Final Four da Confederação da América do Norte, Central e Caribe de Voleibol (Norceca, sigla em inglês), que acontecerá em Porto Rico entre os dias 16 e 21 de julho. A ausência da equipe cubana afeta diretamente suas chances de classificação internacional, já que o evento é classificatório para os Jogos Centro-Americanos e do Caribe de Santo Domingo 2026 e concede pontos importantes para os rankings continental e mundial da modalidade.

“A negativa dos vistos impede a presença de Cuba em um evento-chave do calendário esportivo”, destaca o comunicado da Federação Cubana de Voleibol, que também agradeceu aos organizadores do torneio pelos esforços feitos para viabilizar a participação da equipe.

Em uma publicação nas redes sociais, o chanceler cubano, Bruno Rodríguez, afirmou que a decisão de negar os vistos “visa impedir o desenvolvimento do esporte cubano, já limitado pelo endurecimento do bloqueio econômico”. Ao mesmo tempo, ele citou o secretário de Estado dos EUA Marco Rubio e afirmou que a decisão de Washington “faz parte de uma lista racista e xenófoba de restrições migratórias elaborada pelo Secretário de Estado”.

Ao longo deste ano, várias delegações esportivas cubanas enfrentaram obstáculos semelhantes. Em meados de março, a seleção masculina de basquete não pôde comparecer à última partida classificatória em Porto Rico, o que resultou em sua eliminação automática da FIBA AmeriCup, que será disputada na Nicarágua.

No mesmo mês, apenas dois dos 14 atletas cubanos que deveriam participar do Campeonato Mundial Master de Atletismo Indoor, em Gainesville, Flórida, conseguiram obter o visto. Os demais foram excluídos, prejudicando seriamente a representação cubana no evento.

Em meados de maio, o Comitê Olímpico Cubano (COC) denunciou que os vistos necessários para suas principais autoridades – o presidente Roberto León Richards e o secretário-geral Ruperto Herrera – foram negados, impedindo sua participação na reunião do Comitê Executivo da Panam Sports, realizada na cidade de Miami.

Diante desse cenário, o Comitê Olímpico Cubano alertou, por meio de um comunicado recente, que essa política restritiva pode comprometer a plena participação da ilha no ciclo olímpico rumo aos Jogos Olímpicos de Los Angeles em 2028.

Nesse sentido, reiterou “seu enérgico repúdio a essas práticas discriminatórias e contrárias ao espírito do esporte” e exigiu que “se cumpram as obrigações e os princípios fundamentais do olimpismo: garantir a participação, sem restrições, dos representantes cubanos em eventos sediados em território norte-americano”.

O órgão também destacou que “alerta sobre o impacto dessa política na plena participação de Cuba em um ciclo olímpico que culminará nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Los Angeles 2028”.

Além disso, solicitou “ao Comitê Olímpico Internacional, à Panam Sports e ao Comitê Olímpico e Paralímpico dos Estados Unidos que intervenham para pôr fim a decisões politizadas que violam o direito de Cuba de ocupar seu lugar nos palcos esportivos internacionais”.

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