
Georgia Gardiner, uma britânica de apenas 28 anos, vivia uma vida aparentemente comum, centrada em seu filho pequeno, Arlo, e na alegria de compartilhar boas refeições – ela se definia como uma verdadeira apaixonada por comida. Tudo mudou de forma súbita e preocupante no meio do ano passado.
Os primeiros sinais surgiram sem aviso: náuseas intensas e cólicas estomacais que se tornaram uma rotina angustiante. Comer, antes um prazer, transformou-se num desafio. Georgia se via forçada a ingerir pequenas porções, pois seu corpo parecia rejeitar qualquer alimento. A perda de apetite era evidente. Logo, uma dor aguda e persistente na região superior do abdômen se juntou ao quadro, tornando cada dia mais difícil.
Preocupada, Georgia procurou ajuda médica. O primeiro obstáculo foi a espera: demorou quatro semanas para conseguir uma consulta inicial. Quando finalmente foi atendida, o diagnóstico oferecido foi direto: refluxo ácido ou azia. A solução prescrita foi um medicamento comum para esse problema. Georgia seguiu as orientações, mas o alívio não veio. Pelo contrário, seus sintomas só pioravam.
Determinada a encontrar respostas, a jovem mãe retornou ao consultório do clínico geral e ao hospital repetidamente. Foram entre seis e nove visitas, segundo seu relato, ao longo de vários meses. Em cada ocasião, a explicação era a mesma: problemas relacionados a refluxo ou azia. Nenhum profissional sugeriu investigações mais profundas naquele momento. A persistência dos sintomas, no entanto, era um sinal de alerta que não podia ser ignorado.

Georgia e seu noivo adiantaram seu casamento após o diagnóstico dela (Kennedy News and Media)
A guinada só aconteceu quando um clínico geral, finalmente, encaminhou Georgia para exames mais específicos. Uma endoscopia, procedimento que visualiza o interior do estômago, revelou a chocante verdade: havia evidências de câncer.
O diagnóstico definitivo chegou em 13 de junho: linite plástica, um tipo raro de adenocarcinoma gástrico. Esse câncer, que começa nas glândulas que revestem os órgãos, tem um crescimento particularmente agressivo e infiltrativo.
A situação era grave. Os exames mostraram que a doença já havia se disseminado para os gânglios linfáticos e invadido outras partes dos órgãos internos de Georgia. O diagnóstico foi de câncer gástrico em estágio quatro, o mais avançado. A esperança inicial de que uma cirurgia pudesse remover o tumor deu lugar a um choque devastador quando os médicos explicaram que a condição era considerada incurável.
O foco do tratamento, disseram-lhe, seria paliativo, voltado para melhorar sua qualidade de vida nos meses seguintes. A estimativa médica apontava que Georgia poderia ter apenas mais 12 meses pela frente. A notícia foi um golpe brutal. “Meu mundo desabou”, ela descreveu, perguntando-se em desespero: “Eu vou morrer?”. O contraste entre sua sensação física atual – “Eu me sinto fisicamente bem, estava em forma e saudável” – e a gravidade do diagnóstico a deixou perplexa e confusa.

Georgia agora está focada em criar memórias com seu filho (Kennedy News and Media)
Uma onda de frustração e raiva acompanha sua luta. Georgia sente que seus sintomas iniciais não foram levados a sério durante meses. Ela destaca a natureza agressiva de seu tipo específico de câncer: “O tipo de câncer que eu tenho vai do estágio um ao quatro em questão de meses”.
A reflexão é amarga: “Fico zangada às vezes porque penso que se eu tivesse sido levada a sério e eles tivessem detectado antes de se espalhar, talvez pudéssemos ter feito mais para evitar que chegasse ao estágio em que está agora”. Aos 28 anos, a ideia de um câncer terminal parecia inimaginável. “Nunca pensei que teria câncer… eu pensava que era invencível”.
Diante da incerteza, Georgia concentra suas forças em duas frentes: lutar contra a doença com todas as opções disponíveis e criar memórias preciosas com seu filho de dois anos, Arlo. “Vou tentar lutar contra isso de todas as maneiras possíveis”, afirma ela com determinação. Os planos para o futuro foram acelerados: seu casamento, originalmente marcado para daqui a alguns anos, foi antecipado devido à imprevisibilidade de sua saúde.
A maior dor, confessa Georgia, é pensar em tudo o que poderá perder na vida de Arlo. “Ele é tudo para mim – ele dá um propósito à minha vida”. Sua experiência transformou-se num apelo veemente a outras pessoas que enfrentam sintomas persistentes e respostas insatisfatórias: “Eu diria a outras pessoas: insistam por respostas e não parem. Se alguém mais tiver esse tipo de câncer e puder detectá-lo mais cedo, pressionando os médicos para fazer os exames corretos, então pelo menos saberei que ajudei alguém”.
Enquanto Georgia se dedica a aproveitar cada momento com sua família, uma campanha de arrecadação de fundos foi organizada para ajudar a custear tratamentos futuros e oferecer suporte durante essa jornada desafiadora.
A história de Georgia Gardiner é um testemunho da importância da persistência diante de sintomas inexplicados e da necessidade de uma escuta atenta no sistema de saúde, especialmente diante de doenças raras e agressivas.
Esse Mulher, de 28 anos, compartilha sintomas que foram descartados por médicos 9 vezes antes de ser diagnosticada com câncer de estágio 4 foi publicado primeiro no Misterios do Mundo. Cópias não são autorizadas.