Corpo de Juliana Marins, brasileira que morreu na Indonésia, passará por nova autópsia no Brasil

A Advocacia-Geral da União (AGU) informou, em publicação oficial, que irá atender voluntariamente ao pedido de nova autópsia no corpo de Juliana Marins, brasileira que morreu durante uma trilha na área de um vulcão na Indonésia, no dia 21 de junho. O exame será realizado logo após a chegada do corpo no Brasil, nesta terça-feira (1º).

O pedido foi feito pela Defensoria Pública da União (DPU), que representa a família da jovem. A decisão da AGU foi comunicada nesta segunda-feira (30) à 7ª Vara Federal de Niterói.

A solicitação da DPU é uma resposta às dúvidas geradas pela certidão de óbito emitida pela embaixada do Brasil em Jacarta, capital da Indonésia, que não esclareceu o momento exato da morte após queda, em uma trilha do vulcão Rinjani. A certidão de óbito se baseou nas informações da autópsia feita pelas autoridades da Indonésia.

Esta primeira perícia, realizado em um hospital na ilha de Bali no dia 26, atestava que o falecimento teria ocorrido logo após a queda da jovem, ainda no sábado (21), devido a um forte traumatismo.

Imagens de drones feitas por turistas, no entanto, indicam que Juliana resistiu ao acidente inicial e esperou pelo resgate, reforçando a hipótese de que a jovem foi vítima de omissão de socorro por parte das autoridades indonésias.

Juliana despencou de um penhasco bastante íngreme e sofreu pelo menos três quedas. Nas imagens feitas por drones, após a primeira queda, ela aparece sentada, ainda se mexendo.

Imagens feitas por drones horas após a primeira queda mostram Juliana se mexendo – Reprodução

A expectativa é de que um novo exame, agora em território nacional, indique definitivamente as causas e o momento da morte da jovem brasileira. Conforme a DPU, a necrópsia deve ocorrer em, no máximo, seis horas após a aterrissagem em território nacional, a fim de garantir a preservação de evidências.

O Procurador-regional da União da 2ª Região, Glaucio de Lima e Castro, lembra que “o governo federal tem acompanhado com atenção e solidariedade o caso desde o início, prestando apoio à família dentro dos limites institucionais”. Por isso, diante do ajuizamento da DPU, a AGU decidiu se antecipar ao pedido e colocar a União à disposição. “Devido à natureza humanitária e ao conteúdo da demanda, compreendeu-se que a postura mais adequada seria a de colaborar para que as providências solicitadas pudessem ser operacionalizadas com celeridade e efetividade”, explica Castro.

O caso

A publicitária Juliana Marins, de 26 anos, fazia uma trilha no Monte Rinjani, na ilha de Lombok, na Indonésia, no sábado (21), quando caiu na cratera do vulcão. Na terça-feira (24), a família declarou que ela tinha sido encontrada sem vida. O corpo foi resgatado na quarta-feira (25), a 600 metros do local da queda.

Na noite de quinta-feira (26), no horário do Brasil, o pai de Juliana, Manoel Marins, disse que ainda estava em Lombok, esperando pelo atestado de óbito para trazer o corpo da filha de volta.

Nesta sexta-feira (27), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, publicou, no Diário Oficial da União, decreto que permitirá que o translado de Juliana Marins possa ser pago pelo governo brasileiro.

“O governo federal prestará todo apoio necessário à família de Juliana Marins, inclusive o translado ao Brasil. Vou editar novo decreto para que o governo brasileiro assuma a responsabilidade de custear as despesas do translado para o Brasil da jovem Juliana para que seus familiares e amigos possam se despedir dela com todo carinho e amor merecidos”, escreveu Lula em seu perfil na rede social Instagram.

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