
Luiz Antônio Garnica e a mãe dele, Elizabete Arrabaça, podem virar réus, caso a Justiça aceite denúncia. Garnica também pode ter de responder por fraude processual porque alterou cena do crime, diz MP. Luiz Antônio Garnica, Larissa Rodrigues, Elizabete Arrabaça, Ribeirão Preto, SP
Reprodução/g1
O Ministério Público (MP) denunciou à Justiça, nesta terça-feira (1º), o médico Luiz Antônio Garnica e a mãe dele, Elizabete Arrabaça, pela morte por envenenamento da professora de pilates Larissa Rodrigues, em março deste ano em Ribeirão Preto (SP).
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Segundo o promotor Marcus Túlio Nicolino, marido e sogra da vítima, que estão presos desde 6 de maio, foram denunciados por feminicídio qualificado.
Além disso, Garnica também foi denunciado por fraude processual, por ter alterado a cena do crime no dia em que Larissa foi encontrada morta no apartamento dela, ainda de acordo com o MP.
Agora, a Justiça irá analisar a denúncia e decidir se torna réus Elizabete e Luiz.
*Reportagem em atualização
Dinheiro e raiva podem ter motivado crimes de mulher contra amiga, nora e filha
Série de crimes
Elizabete também é investigada pela morte da própria filha, Nathália Garnica, e por suspeita de envenenamento de Neusa, uma amiga de longa data, por causa de um colar. Essas investigações seguem em andamento na Polícia Civil.
A Polícia Civil de Ribeirão Preto acredita que os crimes cometidos pela mulher, de 68 anos, nos últimos anos tenham tido como motivação principal o dinheiro e a raiva. Segundo o delegado José Carvalho de Araújo Júnior, é possível que Elizabete tenha cometido dezenas de crimes ao longo da vida, com sobreviventes ou não.
“Dinheiro e raiva podem ter sido a motivação. Teve momentos de muita raiva da filha e do caso dessa amiga que depôs hoje [segunda-feira]. A gente acredita que, realmente, ela não fez só esses casos. Pelo tempo de vida que ela tem e pela forma como ela reagiu a tudo até agora, mostra ser uma pessoa que tem traços seríssimos de transtorno.”
O delegado disse que vai investigar todos os casos que surgirem com relatos semelhantes envolvendo Elizabete. Um inquérito para apurar a morte da cachorra de Nathália, que estava sob os cuidados de Elizabete quando morreu, também foi aberto.
“Achamos muito difícil que essa pessoa tenha começado a cometer esses crimes agora nessa idade. É bem possível que existam casos anteriores e nós vamos investigá-los assim que tivermos conhecimento, estamos investigando todos os casos que aparecem de pessoas que trazem relatos semelhantes.”
Indiciamento e investigação
Suspeita de envolvimento nas mortes da própria filha, Nathália, e da nora, a professora de pilates Larissa, Elizabete virou alvo das investigações da Polícia Civil e do Ministério Público principalmente porque, nos dois casos, esteve com as vítimas um dia antes de elas aparecerem mortas.
Os casos aconteceram em um intervalo de um mês e chegaram a ser tratados como morte natural. No entanto, laudos toxicológicos apontaram a presença de chumbinho tanto no corpo de Nathália quanto no corpo de Larissa.
Nathália morreu no dia 9 de fevereiro deste ano, em Pontal. Inicialmente, a polícia tratava o caso como morte por conta de um infarto, mesmo ela não tendo histórico de doenças cardíacas. Já Larissa foi encontrada morta pelo marido, Luiz Antônio Garnica, na manhã de 22 de março, em Ribeirão Preto.
A proximidade das duas mortes e as circunstâncias, uma vez que nenhuma das vítimas tinha problemas de saúde, chamaram a atenção das autoridades e os dois casos passaram a ser investigados de maneira paralela.
Elizabete e Luiz foram indiciados na sexta-feira pelo assassinato de Larissa. As investigações sobre a morte de Nathália ainda não foram concluídas.
Nathália Garnica e Larissa Rodrigues eram cunhadas e morreram envenenadas em Ribeirão Preto, SP
Reprodução/g1
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