Venezuela denuncia entrada de terroristas armados para suposto ataque a líderes e embaixadas

O ministro do Interior da Venezuela, Diosdado Cabello, denunciou nesta terça-feira (1) a operação de uma rede terrorista que tentava levar armas da Colômbia para o país. De acordo com ele, o objetivo era realizar ataques contra infraestruturas estratégicas, sedes diplomáticas, líderes chavistas e até mesmo opositores.

Em declaração à imprensa, Cabello apresentou mais de 500 fuzis apreendidos pelo governo e um organograma com a estrutura da rede terorrista. Ele vinculou a participação da ex-deputada ultraliberal María Corina Machado, além dos ex-presidentes colombianos Álvaro Uribe e Iván Duque. O ministro afirmou que as ações estavam sendo articuladas com grupos criminosos e paramilitares, especializados em tráfico de armas. 

Cabello não apresentou provas da relação dessas pessoas com os planos golpistas. O ministro disse que as evidências fazem parte da investigação e não serão divulgadas porque estão em sigilo de Justiça. Nenhum dos citados se pronunciou sobre o assunto.

“Este é um plano coerente. Aqui, os políticos de direita venezuelanos perderam completamente a vergonha, os escrúpulos. Eles usam o dinheiro do tráfico para comprar armas, explosivos, assassinos de aluguel, bandidos e terroristas. Isso não é um jogo, é uma questão muito séria”, disse. 

O ministro citou ainda o empresário José Enrique Rincón como uma das lideranças dessa articulação. Ele já havia sido acusado em novembro de 2024 de fazer parte de uma articulação golpista. 

Uma das frentes de atuação da rede que foi desarticulada tinha atuação na cidade de Güiria, estado de Sucre. Nesta região, o grupo tinha 4 integrantes que faziam o transporte das armas para a Venezuela. Eles tentaram se esconder no estado de Zulia, onde foram presos. Outro nome citado foi o do ex-diretor da petroleira venezuelana PDVSA e professor de química Armando José García Miragaya. Ele foi acusado de tentar passar para os Estados Unidos a localização de supostos mísseis iranianos em território venezuelano.

Além dos 500 fuzis, foram apreendidos lançadores de granadas, sistemas de GPS, equipamentos de radiocomunicação, celulares e uma metralhadora calibre .50. 

Segundo Cabello, esse grupo era dedicado originalmente ao tráfico de drogas, mas foi “reconfigurado” para realizar ataques terroristas. O argentino Germán Gugliani e o sérvio Antun Dersa também foram presos por coordenar o fornecimento de armas em águas internacionais. Eles fariam o contato com o venezuelano Marco José Balbuena Rodríguez, para o transporte desse armamento e a ponte com a oposição extremista. 

Cabello afirmou que os celulares apreendidos foram fiscalizados e levaram à identificação de diferentes organizações criminosas. Além de estruturas estratégicas, o ministro afirmou que hospitais também seriam alvo dos ataques terroristas. Esses planos envolviam também as eleições regionais e legislativas que aconteceram em 27 de maio. 

“Eles planejavam atacar nas eleições para governador, mas não conseguiram . Estão se preparando para as eleições para prefeito. Vou avisar com antecedência: temos uma surpresa para vocês, e vocês não vão gostar”, disse Cabello.

O ministro afirmou que as forças de segurança vão permanecer em alerta para atividades na fronteira com a Colômbia 

Outras operações

Desde 2013, Nicolás Maduro enfrentou vários planos para derrubar seu governo. Em 2013, um grupo paramilitar colombiano, Los Rastrojos, planejou ocupar Caracas, mas foi impedido. Outro plano, o “Golpe Azul” ou “Operação Jericó”, envolveu militares venezuelanos e o governo dos EUA, visando atacar o palácio Miraflores, também frustrado.

Em 2020, a Operação Gedeón, com ataques em vários locais, resultou em 29 condenações por traição e terrorismo. Uma lancha armada tentou aportar perto de Caracas, com origem na Colômbia, mas foi interceptada. Em 2023, cinco tentativas de golpe foram desmanteladas, com 32 prisões.

No final de 2024, um plano para matar Maduro e a vice Delcy Rodríguez foi descoberto, apreendendo 400 fuzis e prendendo seis pessoas. O governo venezuelano alega que os fuzis apreendidos na tentativa de golpe de 2024 eram de uso exclusivo dos EUA, comprovando o envolvimento americano.

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