Exportação, Mercosul e inteligência artificial: os assuntos de Lula com os países-membros do Brics

Dentre as agendas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Cúpula do Brics, que acontece neste domingo (6) e segunda-feira (7) no Rio de Janeiro (RJ), estão reuniões bilaterais com os representantes dos países-membros do bloco. A defesa do multilateralismo e as questões climáticas – especialmente devido à proximidade da COP30, que acontecerá em Belém (PA), em novembro – estiveram presentes na maior parte das conversas, mas alguns temas específicos também apareceram.

Na conversa com o primeiro-ministro da China, Li Qiang, o destaque foi o comprometimento chinês de intensificar os trâmites para reconhecer o Brasil como livre da gripe aviária e de febre aftosa sem vacinação, além de analisar a proposta brasileira de regionalização dos certificados de origem animal do país.

Lula e o primeiro-ministro vietnamita, Pham Minh Chinh, celebraram a concretização da primeira exportação de carne bovina brasileira para o Vietnã e da primeira exportação de tilápia vietnamita para o Brasil.

Tanto com Pham quanto com o príncipe herdeiro de Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos, xeique Khaled bin Mohammed bin Zayed al Nahyan, o Mercosul foi assunto. No caso do Vietnã, Lula reforçou o interesse em abrir uma frente de negociação de um acordo comercial e, no caso do país do Oriente Médio, há um empenho em concluir um Acordo de Comércio até o fim do ano.

O presidente da Nigéria, Bola Ahmed Tinubu, indicou que quer estabelecer uma cooperação para aumentar a produtividade do setor agropecuário do país, e destacou a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) como referência em pesquisa e inovação agrícola.

Já com o primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed Ali, foi reforçada a cooperação para a elaboração de Zoneamento Agrícola de Risco Climático para todo o continente africano.

Multilateralismo e temas digitais

Para além das particularidades de cada bilateral, alguns temas comuns tiveram destaque: a defesa do multilateralismo e a reforma das instituições de governança global apareceram em praticamente todas as conversas.

O multilateralismo, inclusive, é uma das pautas mais repetidas por Lula nos últimos dias. Na abertura do Fórum Empresarial do Brics, sábado (5), o presidente afirmou que cabe aos países emergentes “defender o regime multilateral de comércio e reformar a arquitetura financeira internacional” diante de um contexto em que há um “ressurgimento do protecionismo”.

Outro tópico citado por ele na ocasião foi a criação de uma “governança multilateral” sobre inteligência artificial. Da mesma forma, os temas digitais foram frequentes nas bilaterais, envolvendo ciência e tecnologia, inteligência artificial, semicondutores e energias renováveis, no caso da China; transição energética, ciência, tecnologia e inovação, e observação espacial, com a Nigéria; e inteligência artificial e de modelos de linguagem computacional, com os Emirados Árabes Unidos.

O convite para COP30, que será realizada em Belém (PA) em novembro, também foi reforçado por Lula. Vietnã, Etiópia e China já estão confirmados. No caso da China, inclusive, o presidente brasileiro ainda solicitou apoio para o lançamento do Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF, na sigla em inglês), que deve remunerar os serviços ecossistêmicos prestados por esse bioma, no evento.

Bola Ahmed Tinubu, da Nigéria, foi convidado para a COP e os Emirados Árabes Unidos destacaram seu apoio à realização do evento.

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