
O prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos), afirmou que está disposto a disputar o governo do Espírito Santo em 2026 e que isto “é um processo natural do tempo”.
“Quando fui perguntado se poderia eventualmente sair da prefeitura para ser candidato a um outro cargo, disse que sim. O meu eleitor não foi enganado, mas falta muito tempo ainda”.
O gestor falou sobre a possibilidade futura em entrevista à colunista de política Patrícia Scalzer, da TV Vitória, para o canal do Jornal da TV Vitória no YouTube. A conversa faz parte de uma série com os prefeitos da Grande Vitória sobre os primeiros 180 dias do mandato que iniciou-se em janeiro deste ano.
O objetivo é que os eleitos em outubro de 2024 possam expor os feitos nestes primeiros seis meses e também o que ainda está por vir. Para isso, os gestores entrevistados comentam sobre diversas áreas, como segurança pública, educação, economia e política.
O chefe do executivo da Capital também comentou sobre a relação da prefeitura com a atual gestão estadual e disse que acredita que a transformação do Canal de Camburi pode ter um grande impacto positivo na economia do Estado nos próximos anos, compensando os efeitos da reforma tributária.
Confira a entrevista com Lorenzo Pazolini
Passados seis meses de gestão, o que já foi entregue e merece destaque?
Lorenzo Pazolini – Nós tivemos diversas entregas, mas uma que me emocionou muito foi a entrega da EMEF Paulo Roberto, uma escola que nós construímos junto com a comunidade, junto com a sociedade, junto com os capixabas, no ponto mais alto do bairro São Benedito. Foram mais de 40 anos de promessas e não existia sequer um projeto para a escola. E hoje nós inauguramos mais uma escola de tempo integral lá no alto de São Benedito, e essa escola foi uma escola pensada pela comunidade e construída junto com a comunidade.
Qual a principal diferença dos primeiros seis meses de gestão do primeiro mandato para este?
Nós chegamos em 2021 no momento mais desafiador da sociedade recente. Nós estávamos em meio à pandemia, com retração das atividades econômicas, usando máscara, sem vacina, as pessoas ficando desempregadas e perdendo pessoas próximas ou familiares.
Vitória saiu muito forte no pós-pandemia, porque foi a cidade que mais vacinou no menor tempo. Nós recebemos brasileiros de todas as unidades da federação para se vacinar. E em razão da vacina, nós conseguimos ser a cidade que melhor voltou com a atividade comercial, a primeira cidade do Espírito Santo a retomar a atividade comercial, a retomar a atividade empresarial e, principalmente, a abrir e reabrir as escolas.
E hoje nós somos um farol. A melhor gestão pública do Brasil e a segunda melhor gestão fiscal de todo o país. Isso mostra que a responsabilidade com as contas deve existir.
Há algum projeto considerado urgente, mas que, por alguma burocracia, ainda não saiu do papel nesses seis primeiros meses de gestão?
Hoje eu estive visitando as obras da nova Orla de Andorinhas. Infelizmente, Vitória cresceu de costas para o mar e perdeu todo o potencial de toda aquela parte bonita da cidade, dos esportes náuticos, das atividades ao ar livre. Estamos retomando isso.
Já inauguramos a Orla de São Pedro, transformando São Pedro em um dos pontos turísticos mais bonitos e visitados desse país. A Ilha das Caieiras gera emprego, oportunidade e renda.
E nós acreditamos muito no Projeto Orla. Próximo passo agora, em primeira mão para vocês, é iniciar, em breve, as obras da nova Orla da Beira-Mar.
Nós queremos a Beira-Mar igual à Orla de São Pedro: não como ponto de passagem, não como ponto de ligação com o centro da cidade, mas sim como local para gerar emprego, gerar oportunidade, gerar renda, para se transformar em um ponto turístico. A licitação já está encerrada e o dinheiro já está em caixa para fazer isso.
O Canal de Camburi é a grande esperança do turismo do Estado do Espírito Santo. É importante ressaltar que o Espírito Santo e os 78 municípios capixabas sofrerão muito com a reforma tributária a partir de 2032, 33 e 34. E nós precisamos nos preparar para o futuro.
A grande esperança hoje para manter as administrações públicas, as gestões saudáveis, o turismo, atrair pessoas para visitar e consumirem no nosso Estado e a mudança do eixo econômico do Espírito Santo passa por essa obra, que é um presente aos capixabas, que é o novo canal de Camburi, com restaurantes, com bares, com píer, com deques, com atracadouros, com arquibancadas alagáveis.
Isso tudo gera um sentimento de capixabismo, mexe com a nossa alma e, certamente, será a maior esperança dos capixabas. Essa obra já iniciou, está em pleno andamento e, se Deus quiser, nós vamos entregar nos próximos três anos e meio.
E sobre a saúde?
A saúde de Vitória é avaliada hoje como a saúde com o melhor acesso do Brasil. Nós tivemos uma medida durante a pandemia que foi muito assertiva e que salvou muitas vidas. Vitória só tinha dois pronto-atendimentos e abrimos mais seis unidades que funcionam aos sábados, domingos e feriados.
Hoje são 8 unidades na cidade que funcionam todos os dias da semana, descentralizando o atendimento e estamos atendendo especialidades.
Nas eleições do próximo ano, o senhor tem o desejo de colocar o seu nome na disputa para o governo do Estado?
Isso tudo é um processo natural do tempo. Eu tenho dito que sempre dialogo com as pessoas, ouço, procuro construir coletivamente, tenho andado muito, tido contato com muitas lideranças, conhecido muita gente que ama o Estado Espírito Santo e acho que isso é o mais importante.
Eu me dedicarei e me dedico integralmente a cuidar da vida dos vitorienses, da vida dos moradores da Região Metropolitana e também possibilitando aos prefeitos do interior o acesso a políticas públicas que de fato fazem a diferença para a vida das pessoas. Esse é o compromisso.
Mas disse lá atrás, na campanha e na pré-campanha a prefeito na última eleição, que analisaria com muita tranquilidade. E fui muito verdadeiro com o eleitor. Quando fui perguntado se poderia eventualmente sair da prefeitura para ser candidato a outro cargo, disse que sim. O meu eleitor não foi enganado, mas falta muito tempo ainda.
Mas hoje o senhor estaria preparado para ser governador do Estado?
Quem tem que dizer se alguém está preparado ou não é o voto, é o povo, é o cidadão. Ele é o verdadeiro protagonista que vai à urna, que digita o número, que aperta a tecla verde. É ele que vai dizer quem está preparado. Quem for eleito certamente será o mais preparado.
Como está a relação da Prefeitura de Vitória com o governo do Estado?
A relação é muito tranquila. Relação de diálogo permanente. Os nossos secretários dialogam com os secretários estaduais, os nossos técnicos dialogam com os técnicos do governo do Estado. É uma relação republicana que é voltada à melhoria de vida dos capixabas.
Hoje qual é o principal desafio da prefeitura?
O desafio é manter a força, a potência, a atração de todos esses investimentos transversais que nós fazemos na cidade. Não há uma política pública mais ou menos importante. Todas dão resultado.
Veja a entrevista completa no YouTube: