Formol para alisar cabelo: riscos à saúde e alternativas seguras

formol como alisante
Imagem: Freepik

Com a promessa de fios lisos e sem frizz, muitas pessoas ainda recorrem a produtos com formol para alisar os cabelos. Uma solução fácil e rápida, mas que pode ser perigosa para os cabelos e para a saúde em geral.

O uso do formol como agente alisante é proibido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e só pode ser utilizado em cosméticos como conservante (com concentrações de até 0,2%) ou endurecedor de unhas (até 5%).

Ainda assim, alguns produtos continuam utilizando o princípio, o que coloca em risco tanto quem utiliza quanto para os profissionais que aplicam.

Riscos de usar produtos com formol

Segundo a a dermatologista e tricologista Carolina Molina Gamallo, o formol em altas concentrações representa risco real ao couro cabeludo, ao fio e à saúde respiratória.

O vapor liberado durante o procedimento pode irritar olhos, garganta, pele e pulmões. Com uso frequente e em altas concentrações, o formol é classificado como potencialmente cancerígeno.

Já no nível estético, ela explica que o calor do procedimento, somado à ação química do formol, danifica profundamente a estrutura da fibra capilar. O fio enfraquece e, a longo prazo, pode até parar de crescer.

“Muitas pacientes me procuram após o uso de formol com queixas como fios opacos, quebradiços e queda intensa, efeitos comuns do ativo”, explica a tricologista.

Ativos permitidos para alisamento

De acordo com a Instrução Normativa nº 220/2022 da Anvisa, as únicas substâncias autorizadas para alisar ou ondular os cabelos são:

  • Ácido tioglicólico e seus sais;
  • Ésteres do ácido tioglicólico;
  • Hidróxido de sódio, potássio, lítio ou cálcio (associado à guanidina);
  • Sulfitos e bissulfitos inorgânicos;
  • Pirogalol;
  • Ácido tiolático.

Ou seja, qualquer produto alisante com formol está fora da regulamentação vigente.

Além dos danos estéticos, o uso indevido de formol traz sérios riscos sistêmicos:

“Hoje já temos alisamentos à base de ácidos, aminoácidos e outros ativos reconstrutores, que tratam e reduzem o volume dos fios sem colocar a saúde em risco. O importante é verificar se o produto é aprovado pela Anvisa e buscar um profissional qualificado”, afirma Carolina.

A especialista ainda ressalta que os cuidados com os cabelos não devem ser baseados apenas em estética e que escolher um alisante que dê resultados a curto prazo, mas que impacta negativamente a saúde não é uma boa escolha.

“Cuidar dos cabelos vai muito além da estética. A saúde do couro cabeludo e da fibra capilar deve estar em primeiro lugar. Não vale arriscar por um resultado imediato”, completa.

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