Sindicatos irão à Alep cobrar reajuste para o funcionalismo do Paraná

O governador Ratinho Junior (PSD) ainda não enviou à Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) a proposta de reajuste dos servidores públicos do Executivo. Com a falta de sinalização de um projeto de lei, os sindicatos devem comparecer à Alep na próxima segunda-feira, (11) e cobrar dos deputados uma proposta. Eles alegam que a defasagem salarial chega a 47% nos últimos 10 anos e que o estado tem caixa suficiente para negociar um reajuste.

O impasse ocorre porque o governo estadual não encaminhou uma proposta de reajuste para o funcionalismo. Em contrapartida, na Alep, devem ser votados reajustes financeiros para os cargos do judiciário e do legislativo. Na avaliação da APP Sindicato, Ratinho Junior tem condições financeiras de conceder pelo menos a reposição da inflação para a categoria.  “O governo pode sim, tendo caixa, propor reajuste inflacionário”, diz representante da entidade.

De acordo com o Departamento Intersindical de Estudos Socioeconômicos do Paraná (DIEESE-PR), as perdas dos Servidores Estaduais é de 47,16% considerando a inflação e os reajustes do período de jan/2016 a abr/2025.

O órgão ainda destaca que há condições financeiras e legais para reajustar o salário do funcionalismo. “No 1º quadrimestre de 2025, que considera o período de 12 meses (mai/2024 a abr/2025), a Despesa com Pessoal em relação à Receita Corrente Líquido ficou em 42,09%, bem abaixo dos Limites Prudencial (46,55%) e Máximo (49,00%) da LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal)”, diz a nota técnica.

A falta de projeto de lei repercute entre os deputados. Segundo o Professor Lemos (PT), o Executivo desrespeita a lei ao não reajustar salários e alerta para perdas acumuladas por servidores civis e militares, ativos e aposentados.

“O governador não está cumprindo com sua obrigação legal de revisar anualmente os salários. Essa responsabilidade é exclusiva do Poder Executivo. E, diante dessa omissão, nós da oposição protocolamos um projeto de lei no ano passado para tentar garantir esse direito básico”, disse Lemos.

Professor Lemos reivindica data-base para o funcionalismo. Foto: Valdir Amaral

Sem diálogo

Já o líder da Oposição, Arilson Chiorato (PT), destacou que “infelizmente, não é novidade a forma como o governador trata o servidor público. Já são sete anos sem diálogo”.

Em entrevista à imprensa, o governador Ratinho Junior disse que não dialoga com os sindicatos que representam os trabalhadores. “Eles têm que fazer manifestação mesmo que eu não atendi eles há sete anos e não vou atender. Eu não trabalho para sindicato. Eu trabalho para o povo”, disse o governador.

O estado arrecadou R$ 69,3 bilhões em receitas correntes, um aumento de 5,5%. De acordo com o governo, “em cinco anos, o Estado triplicou a disponibilidade de recursos livres no caixa, chegando a R$ 32,5 bilhões em 2024. Com isso, a capacidade de investimento real do Estado atingiu o maior patamar da história, com previsão de R$ 6,34 bilhões na Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2025”.

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