
A Suzano, maior produtora mundial de celulose de mercado e com forte presença no Espírito Santo, encerrou o segundo trimestre de 2025 com lucro líquido de R$ 5 bilhões, revertendo o prejuízo de R$ 3,77 bilhões registrado no mesmo período de 2024.
O resultado foi impulsionado, principalmente, pela variação positiva no resultado financeiro, beneficiada pela desvalorização de 5% do dólar frente ao real no período,movimento contrário ao observado um ano antes, quando houve valorização de 11% da moeda americana. Com isso, o resultado financeiro líquido da companhia foi positivo em R$ 4,42 bilhões, frente a um saldo negativo de R$ 11,07 bilhões no 2T24.
Nova fábrica de celulose e ganhos cambiais impulsionam resultados
Entre abril e junho, a receita líquida somou R$ 13,3 bilhões, alta de 16% na comparação anual, impulsionada pelo crescimento de 28% nas vendas de celulose e de 24% no segmento de papéis, pela valorização média de 9% do dólar frente ao real e pela incorporação das operações da Suzano Packaging nos Estados Unidos.
Esses fatores compensaram, parcialmente, a queda de 20% no preço médio líquido da celulose em dólar no mercado global.
O volume total comercializado atingiu 3,7 milhões de toneladas de celulose e papéis, contra 2,9 milhões no 2T24. Só as vendas de celulose somaram 3,27 milhões de toneladas e as de papel chegaram a 235 mil toneladas. A alta foi fortemente influenciada pela contribuição operacional da nova fábrica de celulose em Ribas do Rio Pardo (MS), inaugurada em julho de 2024, e pelas fábricas de papel adquiridas no exterior.
O Ebitda ajustado foi de R$ 6,09 bilhões, com margem de 46% — queda de nove pontos percentuais em relação ao ano anterior —, refletindo o recuo de preços no mercado internacional. A geração de caixa operacional ficou em R$ 4,15 bilhões, retração de 8% na base anual. O custo caixa de produção de celulose, excluindo paradas, foi de R$ 832 por tonelada, iniciando uma trajetória de redução que deve se intensificar no segundo semestre. A alavancagem em dólares fechou o trimestre em 3,1 vezes dívida líquida sobre Ebitda ajustado.
No campo estratégico, a empresa anunciou em junho a criação de uma joint venture com a Kimberly-Clark, uma das líderes globais em higiene e cuidados pessoais. A parceria vai atuar no mercado mundial de tissue, comercializando papéis higiênicos, guardanapos, toalhas de papel e lenços faciais em mais de 70 países. No Espírito Santo, a Suzano está em fase final das obras de uma fábrica dedicada a esse segmento, em Aracruz.
A companhia também revisou o plano de investimentos para 2025, que passou de R$ 12,4 bilhões para R$ 13,3 bilhões, incluindo a permuta de 18 milhões de m³ de madeira em pé com a Eldorado Brasil Celulose, no Mato Grosso do Sul, operação que envolverá pagamento de R$ 1,32 bilhão entre 2025 e 2026.
Sobre o tarifaço imposto pelos Estados Unidos, que estabelece alíquota de 50% sobre alguns produtos brasileiros a partir de agosto de 2025, a Suzano informou que as exportações de celulose permanecerão isentas, mas parte de seu portfólio de papel foi incluído. Segundo a empresa, a exposição ao mercado norte-americano é limitada e, até o momento, não gerou impactos relevantes no desempenho financeiro.
“Estamos completando o primeiro ano de operação de nossa nova fábrica de celulose em Ribas do Rio Pardo, cujo forte desempenho já ampliou nossa competitividade em custos. Ao mesmo tempo, seguimos focados em crescer com criação de valor, como demonstra a parceria com a Kimberly-Clark, que acreditamos ter grande potencial econômico”, afirmou o presidente da Suzano, Beto Abreu.