Mulher explica por que deu o pônei da filha para o zoológico ser comido por leões

Mulher explica por que deu o pônei da filha para o zoológico ser comido por leões

Na pacata região sudoeste da Dinamarca, Pernille Sohl, uma mulher de 44 anos que administra uma pequena fazenda terapêutica, enfrentou uma escolha difícil com seu pônei alemão de sela, Chicago 57.

O animal sofria de um eczema severo, agravado por picadas de mosquito que haviam se transformado em feridas abertas, causando-lhe dor excruciante. A decisão mais humana era o sacrifício. Mas Pernille e sua filha adolescente optaram por um caminho surpreendente para muitos: doar Chicago 57 ao Zoológico de Aalborg, um dos maiores do país, para que ele fosse eutanasiado e servisse de alimento para os grandes felinos.

Essa escolha, que pode parecer chocante à primeira vista, está alinhada com uma prática divulgada pelo próprio Zoológico de Aalborg. A instituição publicou um chamado no Facebook, convidando donos de pequenos animais de estimação como coelhos, porquinhos-da-índia e galinhas – saudáveis ou que precisassem ser sacrificados por outros motivos – a doá-los.

O objetivo? Garantir a alimentação dos predadores de uma forma que imite sua cadeia alimentar natural. O zoológico enfatiza que os animais doados são “suavemente eutanasiados por pessoal treinado” antes de serem oferecidos como alimento. Essa política visa evitar desperdícios e promover o comportamento natural, a nutrição adequada e o bem-estar dos animais carnívoros sob seus cuidados.

Pernille Sohl decidiu compartilhar sua experiência para contextualizar uma decisão que ela mesma descreve como potencialmente “dramática e bizarra”. Ela explica que o pônei seria sacrificado de qualquer maneira, e a doação ao zoológico oferecia um propósito adicional. “Mas eles serão sacrificados de qualquer forma, e não é como se estivessem vivos quando são dados aos predadores”, esclareceu.

A filha de Pernille, então com 13 anos, teve participação fundamental na escolha. Anteriormente, ela havia vivido a experiência traumática de ver um cavalo ser levado pelo veterinário para ser sacrificado. Desta vez, ela quis uma alternativa. “Ela escolheu a opção do zoológico, porque fez mais sentido. Ela disse que desta vez queria seguir a cadeia alimentar. Queria que Chicago 57 beneficiasse outros animais”, relatou a mãe.

O processo foi conduzido com aparente cuidado. Pernille percorreu cerca de 240 quilômetros até o zoológico, uma viagem que só fez porque Chicago 57 estava acostumado a ser transportado em reboque. Ela presenciou o momento final, realizado com um pistola de penetração (bolt gun), e relatou que um tratador ficou ao lado do pônei, acariciando-o e dando-lhe beijos, oferecendo conforto como se fosse ela própria. “Eu pude me despedir pela última vez”, afirmou. O corpo do pônei foi então utilizado para alimentar os leões do zoológico.

A experiência foi considerada tão positiva por Pernille que, em 2024, ela tentou doar outro de seus cavalos, Quantus. Entretanto, este foi recusado pelo zoológico por exceder a altura máxima de 147 centímetros permitida para armazenamento em seus freezers. Quantus acabou sendo transformado em ração para cães.

A doação de animais como a feita por Pernille não é remunerada. Contudo, ela descobriu que os doadores podem solicitar um abatimento fiscal de até 100 coroas dinamarquesas (aproximadamente R$ 70) por pequeno animal (como coelhos ou galinhas) e 5 coroas dinamarquesas (cerca de R$ 3,50) por quilo de cavalo.

O Zoológico de Aalborg não é o único na Dinamarca a adotar essa prática. Outras instituições também aceitam doações de animais de estimação que preencham critérios específicos de saúde. Os números divulgados pelo próprio zoológico dão uma dimensão da prática: eles já receberam 137 coelhos, 53 galinhas, 22 cavalos e 18 porquinhos-da-índia. Esses animais se tornaram parte da dieta de espécies como leões, linces-europeus e tigres.

A decisão de Pernille Sohl e sua filha coloca em foco uma realidade prática na gestão de zoológicos modernos e uma visão particular sobre o ciclo de vida e morte dos animais.

A abordagem do Zoológico de Aalborg enfatiza a sustentabilidade (evitar o desperdício de carcaças) e a saúde dos predadores, argumentando que uma dieta que inclua animais inteiros, como seria na natureza, é mais benéfica do que apenas cortes de carne. Para a família Sohl, representou uma forma de dar um significado ecológico ao inevitável adeus a um animal querido, transformando uma perda pessoal em contribuição para a sobrevivência de outras espécies.

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