
Uma comerciante afirma que foi agredida verbalmente por um médico da Policlínica Osvaldo Monteiro Pirajá, no bairro Tomba, em Feira de Santana. O fato teria ocorrido no último sábado (9), após o profissional ficar irritado com críticas que recebeu da mulher. O caso foi denunciado à polícia e está sendo apurado pela Secretaria Municipal de Saúde.
A vítima, que, por motivos de segurança, será identificada nesta reportagem apenas como Elaine, contou que foi xingada pelo médico após questionar a forma que a avó, que está internada na unidade, vem sendo tratada. A idosa está muito debilitada, tem 95 anos, sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC) e aguarda há mais de 12 dias, na fila de regulação do estado, a liberação para fazer uma tomografia, um tipo de exame de imagem.
Desrespeito
Elaine contou que, apesar de a avó estar sendo bem tratada por alguns profissionais da policlínica, percebeu que o médico não estava dando a devida atenção para a paciente. Indignada com a situação, a comerciante revelou que reclamou da conduta do médico e ficou surpresa ao receber, como resposta, alguns xingamentos.
“Ele já chegou me agredindo, falando que a gente estava errada, que a gente era egoísta, que ela [minha avó] já estava sendo tratada, colocando o dedo na nossa cara. Aí a gente pediu para ele tirar o dedo da nossa cara. Por último, ele me xingou, utilizou palavras de baixo calão e me cuspiu. [Foi tão grave] que o próprio segurança da policlínica disse: ‘Doutor, o que é isso?’. Ele puxou e levou o médico para a sala dele, senão ele ia continuar me agredindo”, disse a comerciante.
O fato ocorreu no momento em que Elaine realizava a substituição da prima. As duas são acompanhantes da idosa. A comerciante afirmou que o caso foi presenciado por outras pessoas, como funcionários da unidade e alguns pacientes, e que um deles, inclusive, fez uma filmagem da agressão, mas foi obrigado pelo médico a apagar o vídeo.
Providências
Ao Acorda Cidade, a mulher contou que foi até uma delegacia e registrou um boletim de ocorrência (B.O) por agressão contra o médico. Após a confusão, Elaine disse que foi proibida de entrar na unidade e, agora, além da preocupação com o estado de saúde da avó, está tendo que lidar com a saudade.
“Eu aprendi a ser guerreira com ela. Estão tirando de mim o sonho da minha vida, a razão que eu tenho para viver. Eu peço, pelo amor de Deus, que alguém em Feira possa me ajudar a fazer essa tomografia e depois deixar ela ir para casa. Ela me disse: ‘minha filha, eu quero morrer na minha casa’. Até agora, ela falou, conversou, fez tudo o que podia fazer, sempre foi uma senhora saudável, mas, infelizmente, ela teve o AVC. Não vai ser por causa de um médico que eu vou deixar ela morrer sozinha”, concluiu a comerciante.
O que diz a SMS
A produção do Acorda Cidade entrou em contato com a Secretaria Municipal de Saúde de Feira de Santana solicitando um retorno para a questão. Em nota, a pasta se manifestou, informando que já tomou conhecimento sobre o caso e está apurando as informações para tomar as medidas necessárias. Confira a íntegra da nota abaixo:
Nota
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informa que está apurando a denúncia de suposta agressão ocorrida no último dia 9, na Policlínica Osvaldo Monteiro Pirajá, no bairro Tomba.
O caso relatado está sendo acompanhado pela administração municipal para avaliação das medidas que podem ser adotadas.
A Secretaria de Saúde reitera o compromisso em oferecer à comunidade um atendimento humanizado e de qualidade.
Com informações da jornalista Iasmim Santos do Acorda Cidade
Reportagem escrita pelo estagiário de jornalismo Jefferson Araújo sob supervisão de Gabriel Gonçalves ambos do Acorda Cidade
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