O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) iniciou nesta quinta-feira (14) mais um desdobramento da Operação Patrinus, contra policiais militares corruptos da Baixada Fluminense.
Promotores do Grupo de Atuação Especial de Segurança Pública (Gaesp/MPRJ), saíram para cumprir mandados de prisão e de busca e apreensão contra 10 PMs denunciados por organização criminosa instalada no 39º BPM (Belford Roxo).
De acordo com a denúncia, os policiais recebiam propina semanal de diversos comerciantes para prestar segurança armada a estabelecimentos em Belford Roxo durante o expediente no batalhão.
Os mandados expedidos pelo Juízo da Auditoria da Justiça Militar são cumpridos em endereços na capital, em Duque de Caxias, Belford Roxo, Magé e Nova Iguaçu. A operação conta com o apoio da Corregedoria-Geral da Polícia Militar (CGPM).
Em julho de 2025, o Gaesp já havia denunciado outros 11 policiais militares lotados no 39º BPM. Agora, a nova denúncia atinge integrantes de outro setor da mesma unidade, identificados pela investigação como responsáveis por esquema semelhante de cobrança de propina e “concessão de tratamento diferenciado” a comerciantes e prestadores de serviço.
Na denúncia da operação desta quinta-feira, o MPRJ chama atenção para o fato de o esquema criminoso “configurar uma verdadeira subversão da lógica da segurança pública”.
“Policiais militares, que deveriam proteger a população sem cobrar qualquer valor, recebem, solicitam ou exigem de prestadores de atividades econômicas o pagamento de taxas para, justamente, prover o serviço de segurança, no exercício de suas funções e utilizando-se de viatura, uniforme e armamento da corporação”, diz o MPRJ.
Os lojistas que aderiam ao esquema ilegal eram chamados de “padrinhos”. Esses apadrinhados recebiam “atenção especial” dos policiais militares, que passavam a comparecer aos comércios e guiar as rotas de policiamento ostensivo de forma a privilegiar esses locais.
Ainda segundo a denúncia, a atuação criminosa dos PMs era ampla a ponto de, por vezes, estabelecimentos comerciais serem achacados por mais de um grupo de policiais daquele batalhão.
Outras etapas
A 1ª fase da Operação Patrinus foi em maio de 2024, quando 13 PMs foram presos por organização criminosa, corrupção passiva e peculato. A denúncia aceita pela Justiça revelava que o grupo vendia armas e drogas apreendidas em operações de combate ao tráfico em Belford Roxo.
Os promotores descobriram que os PMs também cobravam propina para não reprimir irregularidades de motoristas de transporte alternativo e de mototaxistas e exigiam taxas semanais de comerciantes em troca de “proteção”. Esses lojistas eram chamados de padrinhos pelo grupo — daí o nome da operação, no latim patrinus.
No mês passado, na 2ª etapa da Patrinus, o Gaesp prendeu 9 PMs que faziam essa “segurança privada” durante o expediente. Entre os estabelecimentos que “contrataram” os militares estavam restaurantes, mercados, postos de combustíveis, farmácias, universidades, feiras livres e até um posto do Detran.
Esse grupo se dizia “pior que milícia” ao extorquir das vítimas.
“Tranquilo, padrinho. Cenzinho por semana, pô, só pra tomar uma água cara, pô. É sem opressão, pô. Isso aqui não é milícia não, cara. Pior que milícia. Se não quiser dar os 100 vai dar m*rda”, diz um PM em um áudio obtido pelos investigadores.
Promotores do Grupo de Atuação Especial de Segurança Pública (Gaesp/MPRJ), saíram para cumprir mandados de prisão e de busca e apreensão contra 10 PMs denunciados por organização criminosa instalada no 39º BPM (Belford Roxo).
De acordo com a denúncia, os policiais recebiam propina semanal de diversos comerciantes para prestar segurança armada a estabelecimentos em Belford Roxo durante o expediente no batalhão.
Os mandados expedidos pelo Juízo da Auditoria da Justiça Militar são cumpridos em endereços na capital, em Duque de Caxias, Belford Roxo, Magé e Nova Iguaçu. A operação conta com o apoio da Corregedoria-Geral da Polícia Militar (CGPM).
Em julho de 2025, o Gaesp já havia denunciado outros 11 policiais militares lotados no 39º BPM. Agora, a nova denúncia atinge integrantes de outro setor da mesma unidade, identificados pela investigação como responsáveis por esquema semelhante de cobrança de propina e “concessão de tratamento diferenciado” a comerciantes e prestadores de serviço.
Na denúncia da operação desta quinta-feira, o MPRJ chama atenção para o fato de o esquema criminoso “configurar uma verdadeira subversão da lógica da segurança pública”.
“Policiais militares, que deveriam proteger a população sem cobrar qualquer valor, recebem, solicitam ou exigem de prestadores de atividades econômicas o pagamento de taxas para, justamente, prover o serviço de segurança, no exercício de suas funções e utilizando-se de viatura, uniforme e armamento da corporação”, diz o MPRJ.
Os lojistas que aderiam ao esquema ilegal eram chamados de “padrinhos”. Esses apadrinhados recebiam “atenção especial” dos policiais militares, que passavam a comparecer aos comércios e guiar as rotas de policiamento ostensivo de forma a privilegiar esses locais.
Ainda segundo a denúncia, a atuação criminosa dos PMs era ampla a ponto de, por vezes, estabelecimentos comerciais serem achacados por mais de um grupo de policiais daquele batalhão.
Outras etapas
A 1ª fase da Operação Patrinus foi em maio de 2024, quando 13 PMs foram presos por organização criminosa, corrupção passiva e peculato. A denúncia aceita pela Justiça revelava que o grupo vendia armas e drogas apreendidas em operações de combate ao tráfico em Belford Roxo.
Os promotores descobriram que os PMs também cobravam propina para não reprimir irregularidades de motoristas de transporte alternativo e de mototaxistas e exigiam taxas semanais de comerciantes em troca de “proteção”. Esses lojistas eram chamados de padrinhos pelo grupo — daí o nome da operação, no latim patrinus.
No mês passado, na 2ª etapa da Patrinus, o Gaesp prendeu 9 PMs que faziam essa “segurança privada” durante o expediente. Entre os estabelecimentos que “contrataram” os militares estavam restaurantes, mercados, postos de combustíveis, farmácias, universidades, feiras livres e até um posto do Detran.
Esse grupo se dizia “pior que milícia” ao extorquir das vítimas.
“Tranquilo, padrinho. Cenzinho por semana, pô, só pra tomar uma água cara, pô. É sem opressão, pô. Isso aqui não é milícia não, cara. Pior que milícia. Se não quiser dar os 100 vai dar m*rda”, diz um PM em um áudio obtido pelos investigadores.