Assédio, pare! A urgência de proteger quem nos ajuda a seguir em frente

Cabine de pedágio da BR-101 no ES
Cabine de pedágio da BR-101 no ES. Foto: Ecovias 101/Divulgação

*Artigo escrito por Cristiano Tavares, coordenador de Recursos Humanos da Ecovias 101

Nas cabines de pedágio, onde milhares de brasileiros passam todos os dias, há profissionais que enfrentam não apenas o desafio da rotina operacional, mas também uma realidade silenciosa e cruel: o assédio. Seja moral, sexual ou verbal, esse tipo de violência tem se tornado uma ameaça constante à dignidade dos trabalhadores que atuam nas praças de pedágio.

Relatos de colaboradores que sofrem agressões verbais, insinuações sexuais e até ameaças físicas por parte de condutores não são raros.

Um levantamento interno do grupo EcoRodovias revelou que os casos de assédio nas praças de pedágio são recorrentes e preocupantes, principalmente entre mulheres, que costumam ser as principais vítimas, o que reflete a realidade nacional.

Segundo pesquisa do Instituto Patrícia Galvão, 76% das mulheres brasileiras já sofreram algum tipo de violência ou assédio no trabalho.

Esse time de crime, além do impacto emocional, compromete ainda a saúde mental, a produtividade e o senso de pertencimento dos colaboradores. É uma forma de violência que mina a autoestima e a segurança de quem está ali para servir com respeito.

Diante desse cenário, o grupo EcoRodovias, do qual a Ecovias 101 faz parte, mantém a campanha “Assédio, pare!”, uma iniciativa que vai além da conscientização.

A campanha está presente em todas as 12 concessionárias do grupo, com materiais distribuídos em cabines, bases de atendimento e faixas nas rodovias.

Um protocolo de resposta foi desenvolvido com apoio de consultoria especializada, capacitando equipes para lidar com situações de assédio de forma estruturada e segura, seja qual for a sua natureza – moral, sexual, racial ou de gênero.

Todo esforço visa a evitar práticas que, infelizmente, são comuns entre os trabalhadores do trecho, que sofrem com ofensas, ameaças, humilhações e conteúdos de cunho sexual praticados por usuários da rodovia que o fazem quando confrontados com regras que se recusam a seguir ou apenas pelo prazer de constranger aqueles que estão desempenhando suas funções.

Como o problema é comum em outras concessionárias, dia 27 de agosto reúne um movimento setorial conhecido como o Dia contra o Assédio na Rodovia, a fim de conscientizar tanto os colaboradores sobre o que é essa prática e como agir caso seja vítima; quanto os agressores, para que as incidências sejam cada vez menos registradas.

O programa “Assédio, pare!” é um exemplo de como empresas podem transformar ambientes de trabalho em espaços seguros e acolhedores.

Mais do que uma campanha, é um compromisso com a dignidade humana. Aos condutores que passam pelas praças de pedágio, fica o convite: respeite quem está ali para garantir sua jornada. Porque o caminho do respeito é sempre o mais seguro.

Cristiano Tavares coordenador de Recursos Humanos da Ecovias 101
Cristiano Tavares, coordenador de Recursos Humanos da Ecovias 101. Foto: Ecovias 101/Divulgação
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