Uma descoberta genética recente trouxe um avanço decisivo para um caso criminal que permanecia sem solução há 18 anos. Os eventos remontam a 6 de dezembro de 2007, na Geórgia, Estados Unidos. Naquele dia, um pacote em chamas foi localizado à beira de uma estrada no Condado de Troup. Dentro da bolsa, os investigadores encontraram algo horrível: restos humanos mutilados.
A vítima foi impossibilitada de ser identificada na época porque suas mãos, pés e cabeça estavam missing. Sem essas partes do corpo, as técnicas de identificação disponíveis no início dos anos 2000 não foram suficientes. O caso ficou conhecido como um dos mais perturbadores da região e gradualmente se tornou um arquivo esquecido, um mistério sem resposta.
A virada aconteceu apenas em 2023, quando investigadores decidiram reabrir o caso e aplicar novas tecnologias de teste de DNA. A análise genética avançada finalmente deu um nome aos restos mortais: Nicole Alston, uma jovem de 24 anos natural de Nova York. A confirmação da identidade foi o primeiro passo crucial para desvendar toda uma teia de crimes que se seguiram ao seu assassinato.
Os restos mortais de Nicole Alston foram encontrados em uma sacola em chamas em 2007 (11Alive)
Com a identidade estabelecida, as investigações ganharam um novo foco. Logo se descobriu que Nicole havia se mudado de Nova York para a Geórgia para recomeçar a vida ao lado de sua namorada na época, Angel Marie Thompson.
A mudança ocorreu no mesmo ano de 2007. Pouco antes de morrer, Nicole fez um telefonema angustiante para sua mãe, Sylvia Alston. Na ligação, ela revelou que a parceira havia se tornado abusiva. Dez dias depois desse desabafo, Nicole foi morta.
O que surpreendeu as autoridades foi o que aconteceu após o suposto assassinato. Nicole Alston continuou aparentemente viva por muitos anos, pelo menos no papel. Angel Thompson é acusada de ter roubado a identidade da vítima de forma meticulosa e prolongada. Ela teria usado os documentos de Nicole para alugar apartamentos, comprar carros e obter diversos serviços.
A fraude foi ainda mais longe. Thompson foi presa e processada usando o nome de Nicole Alston. O esquema incluiu o recebimento de benefícios governamentais que totalizaram quase 139 mil dólares. Tudo isso continuou até por volta de 2015, quando a Administração da Previdência Social tentou reavaliar o cadastro da suposta Nicole. Só então, Angel Thompson teria retornado ao uso de sua identidade real.
Em agosto do ano passado, Thompson foi presa e levada para a cadeia do Condado de Fulton, onde aguarda julgamento sem direito à fiança. As acusações iniciais foram ocultação da morte e fraude de identidade. Contudo, a conexão direta com o assassinato só foi possível graças ao resultado do DNA. Um mandado de prisão por homicídio foi emitido com data retroativa de 6 de dezembro de 2007.
Angel Thomspon foi acusada de assassinato (11Alive)
Em uma coletiva de imprensa, a promotora distrital Fani Willis descreveu o caso como um dos mais brutais de sua carreira. Ela detalhou que o corpo foi encontrado cortado em 13 pedaços. Um investigador do Condado de Troup, Clay Bryant, afirmou que as ações demonstram a mente de um verdadeiro sociopata. Ele destacou que a precisão e a frieza do crime e da subsequente fraude foram calculadas e meticulosas.
A mãe de Nicole, Sylvia Alston, falou sobre a filha com profundo pesar. Ela descreveu Nicole como uma pessoa vibrante, de sorriso contagiante e que sempre transmitia otimismo aos outros. Sylvia compartilhou seu arrependimento por ter permitido que a filha fosse para a Geórgia e afirmou que nunca deixou de procurar por ela.
As investigações também revelaram que, na noite do assassinato, Angel Thompson supostamente estava ativa em sites de namoro. Um mês após o crime, ela já tentava alugar o apartamento que dividia com Nicole e vender o carro da vítima.
A promotoria sinalizou que acredita na possibilidade de existirem mais vítimas. Eles incentivam qualquer pessoa com informações a entrar em contato com as autoridades. O escritório da promotora Fani Willis planeja apresentar uma acusação formal até o final de outubro deste ano. A lista de charges inclui homicídio, tráfico de pessoas e violência doméstica.
Esse Mulher acusada de assassinar e se passar pela namorada por quase uma década é desmascarada após descoberta chocante de DNA foi publicado primeiro no Misterios do Mundo. Cópias não são autorizadas.
