
Já ouviu dizer que comer peixe faz bem para a memória? Pois é verdade! Além de fortalecer a função cerebral, o consumo regular de peixes ajuda a prevenir doenças cardiovasculares e é uma fonte rica em proteínas, vitaminas e muitos outros nutrientes essenciais. Durante a Semana Santa, esse alimento costuma ganhar mais espaço à mesa.
Nesse sentido, uma pesquisa desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Ciências de Alimentos (PPGcal) da Uesb, campus de Itapetinga, avaliou a qualidade microbiológica de tilápias vendidas nas feiras livres da cidade nesse período. O resultado acende um sinal de alerta: todas as amostras analisadas estavam contaminadas com bactérias patogênicas.
“Identificamos a presença de Salmonella, conhecida por causar infecções intestinais graves e outros problemas gastrointestinais”, explica Ícaro Bastos, mestrando do Programa e um dos autores do estudo. Além da Salmonella, também foram detectadas Escherichia coli e Staphylococcus, o que torna o alimento impróprio para consumo e representa risco à saúde pública. “Mesmo que o peixe seja cozido por mais de 20 minutos, o calor não elimina esporos resistentes nem certas toxinas produzidas pelas bactérias”, alerta o pesquisador.
Esses riscos são ainda maiores para crianças, idosos e pessoas com a imunidade comprometida. “A contaminação por Salmonella pode causar diarreia, febre, cólicas, náuseas e vômitos, que, em casos mais graves, exigem hospitalização. Por isso, a presença dessa bactéria representa um alerta sério para a segurança alimentar”, reforça Ícaro.
O que fazer? – Para evitar problemas, a recomendação é comprar peixes em locais que sigam boas práticas de higiene e garantam refrigeração adequada. Segundo o pesquisador, estudos como este revelam a fragilidade da segurança alimentar em canais de abastecimento tão importantes quanto as feiras livres.
“A detecção generalizada de Salmonella, Staphylococcus e a não conformidade em Escherichia coli em tilápias não é apenas um dado microbiológico, mas um sinal de alerta severo sobre a falha sistêmica nas boas práticas higiênico-sanitárias”, pontua.
A pesquisa também reforça a necessidade de políticas públicas eficazes e de fiscalização sanitária mais rigorosa, desde o transporte até a comercialização do pescado. Programas de conscientização para comerciantes e consumidores também são essenciais para promover práticas seguras de higiene e manuseio.
O estudo foi realizado sob orientação da professora Ligia Miranda Menezes e contou com a participação dos estudantes Suzie Candio e Djalou Joseph, doutorandos do Programa vindos do Haiti, Gabriely Pasto França, mestranda do Programa, e Rainy Fernandes Rocha, graduanda em Engenharia de Alimentos.
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