Capixabas na Europa relatam “caos” com apagão: comércio fechado e estoque de comida

Capixabas na Europa relatam caos com apagão
Capixabas na Europa relatam caos com apagão. Fotos: Acervo pessoal

O apagão que afeta grande parte da Europa nesta segunda-feira (28) gerou consequências no comércio, nas empresas, no trabalho, na mobilidade e em outras áreas, afetando imediatamente o dia a dia dos moradores de países como Portugal, Espanha, Itália, Polônia, França e outros.

Capixabas que estão em cidades europeias relatam que supermercados estão lotados de pessoas estocando alimentos, água, papel higiênico, os postos de combustíveis estão com filas enormes, assim como os caixas eletrônicos, com clientes tentando sacar dinheiro. Metrô e semáforos estão sem funcionar, assim como alguns aeroportos.

Filas em banco e supermercados após apagão na Europa
Filas em banco e supermercados após apagão na Europa. Fotos: Divulgação

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Os depoimentos dos capixabas ouvidos pela reportagem do Folha Vitória resumem-se em uma frase: “Está um caos”. Uma advogada declarou inclusive que a situação lembra o período de incertezas da pandemia do coronavírus.

“Caos generalizado”, diz capixaba em Porto

Luriany Mayer Schueng, que mora em Portugal
Luriany Mayer Schueng, que mora em Portugal. Foto: acervo pessoal

Luriany Mayer Schueng, 32 anos, trabalha em indústria de comésticos e vive na cidade de Porto, em Portugal, há seis anos. A família dela mora na Serra, no Espírito Santo, e em áudio encaminhado para a irmã nesta segunda-feira pela manhã, ela destacou as filas na cidade.

“Está um caos, um caos generalizado. As pessoas fazem fila para entrar nos supermercados. Eu precisava comprar gelo porque as coisas na minha geladeira podem começar a descongelar, mas está tudo muito cheio. Já saiu reportagem aqui dizendo que tem gente passando mal na porta dos supermercados”, contou.

A irmã dela, a microempresária Crislaine Mayer, 35 anos, que mora na Serra, acrescentou que ficou aliviada mais cedo porque conseguiu falar com Luriany, mas depois perdeu contato.

“Ela nos mandou mensagem mais cedo dizendo que está tudo um ‘verdadeiro caos’ por lá. Minha irmã disse que está segura, com comida, água e gás de sobra em casa. No entanto, relatou que os supermercados na região da casa dela estão lotados, mandou até uma foto com fila enorme de gente para entrar em um deles. Ela disse que, se ficarem incomunicáveis, não é para nos preocuparmos porque vão ficar em casa. Mas só que desde as 11 horas não tenho mais notícias dela, não consigo mais falar com minha irmã”, afirmou.

“As pessoas estão estocando comida, água, papel higiênico”

Alessandra Amorim Magnago, que mora em Portugal
Alessandra Amorim Magnago, que mora em Portugal. Foto: acervo pessoal

Quem também está em Portugal, mas na região de Algarve, é a advogada de Direito de Imigração Alessandra Amorim Magnago, 44 anos. Ela descreveu que os semáforos estão desligados, a maior parte do comércio está fechado e a população está desesperada.

Estamos sem luz, um apagão total. Não consegui nem acessar as informações sobre essa confusão. Assisti muito pouco e tentei acompanhar uma live nas redes sociais, mas preferi não gastar tanto tempo porque corria o risco de ficar sem bateria no celular e ficar sem me comunicar depois. Os semáforos desligados, o comércio parado, sem funcionar, tudo fechado. Tudo estranho, parece de novo aquela fase da pandemia, de incertezas, destacou.

Alessandra disse que está com dificuldade de falar até mesmo com a família.

“Até agora não falei com meu marido e meu filho, não sei se eles estão em casa ou em outro local. Os supermercados estão lotados, os postos de combustíveis também porque as pessoas estão querendo estocar as coisas, comida, água, papel higiênico“, disse a advogada, que mora há 7 anos em Portugal. Ela é natural de Brasília, mas morou por 34 anos em Vitória, no Espírito Santo.

Secretária na Espanha relata: “Transtorno surreal”

Erika de Freitas Marques, que mora na Espanha
Erika de Freitas Marques, que mora na Espanha. Foto: acervo pessoal

A secretária Erika de Freitas Marques, de 48 anos, mora com o marido em Zaragoza, Espanha, e disse que passou aperto no início do dia, mas a energia já foi retomada na cidade. No entanto, a preocupação e o tumulto no país continuam.

“Ficamos quase 7 horas sem luz, internet e água. Acabou de voltar aqui em nossa cidade (por volta de 13h30 de Brasília), e estamos mais tranquilos com isso. Mas é uma loucura! Um transtorno surreal! Graças a Deus estamos todos bem”, contou.

“Aeroporto, metrô… o país está parado”

Alex Santos, que mora em Portugal
Alex Santos, que mora em Portugal. Foto: acervo pessoal

O capixaba Alex Santos, de 48 anos, que é despachante aduaneiro em Viseu, em Portugal, também relatou que o país está parado.

Trabalho com Importação e Exportação entre Brasil e Europa, mas estou sem trabalhar aqui nesse momento porque está tudo parado. Aeroporto, metrô… o país está parado. Metrô não funciona, semáforo também não está funcionando, está um caos só. Supermercados estão fechados, declarou.

Alex pontou que a preocupação é como serão as próximas horas, os próximos dias, e que a informação que receberam é que o apagão afetou, além de Portugal, a Itália, França, Espanha e outros países.

“Meu celular está quase acabando bateria e estou preocupado. Já são quase 8 horas sem energia”, acrescentou.

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