
O responsável pela Superintendência Municipal de Trânsito de Feira de Santana (SMT), Ricardo da Cunha, falou sobre as intervenções que o órgão vem realizando no município. Em entrevista ao Acorda Cidade, o superintendente fez um balanço das ações, nesta quinta-feira (10), data que marca os primeiros 100 dias da nova gestão.
Nova sinaleira na Getúlio
Uma das intervenções mais recentes da SMT foi a implantação de novos semáforos na Avenida Getúlio Vargas, entre os cruzamentos da Rua Marechal Deodoro e da Rua Sales Barbosa. O local conta com faixa de pedestres, mas, devido o alto fluxo de veículos a superintendência viu a necessidade de colocar mais um instrumento de controle de trânsito.
Ricardo afirmou que o novo mecanismo não representa nenhum tipo de perda na eficácia do fluxo dos veículos, pois os novos semáforos seguem a mesma orientação dos presentes na Rua Conselheiro Franco e na Avenida Senhor dos Passos, que, assim como a Marechal e a Sales, são transversais à Avenida Getúlio Vargas.

“Dessa forma, o pedestre vai ter um tempo pré-determinado, sem que seja preciso implorar aos condutores que parem na faixa de pedestres. Não deveria ser assim. A ideia de ter faixa de pedestres é justamente que, ao pedestre colocar o pé na faixa ou sinalizar que irá usá-la, o condutor deveria parar”, disse Cunha.
Sem desculpa
O superintendente deu a entender que reconhece que parte da desobediência dos condutores em não respeitar as faixas de pedestres pode estar ligada ao fato de que, em muitas ruas e avenidas, elas estão apagadas ou simplesmente não existem mais. Ricardo explicou que há uma licitação em andamento para a contratação de uma empresa para revitalizar as faixas na cidade, para assim evitar qualquer tipo de desculpa para a falta de educação.

“Eu tenho certeza de que Feira de Santana é uma cidade grande e vai ser tratada como cidade grande. Os condutores daqui obedecerão às faixas de pedestres, que nós vamos começar a pintar a partir de maio. O pregão será agora, dia 15 de abril, graças a Deus. A gente vai acabar com esse gargalo de falta de sinalização. Nós temos mais de quase quatro anos sem ser colocada sinalização. Mas tenho certeza de que vai dar tudo certo. A gente está trabalhando muito, diuturnamente, para que o trânsito corra com a melhor fluidez possível.”
Monitores de trânsito
Em relação à demissão dos monitores de trânsito, profissionais que atuavam dando apoio na orientação do trânsito, o superintendente justificou a decisão como uma ação de corte de despesas. Segundo Ricardo, ao estar à frente da SMT durante esses exatos 100 dias, muitas vezes se viu obrigado a realizar ações voltadas a garantir um equilíbrio orçamentário.

“Eu não vejo onde vamos ter impacto com a falta dos monitores. Mas onde for necessário que seja feita uma efetiva fiscalização, será feita. A gente não vai ter problema com fiscalização. A gente faz a fiscalização onde for necessário.”
Outro ponto levantado pelo superintendente é que, em alguns casos, os monitores poderiam incorrer em desvio de finalidade ao realizarem atividades típicas dos agentes. De acordo com Ricardo, até a utilização de apitos é, segundo a legislação, de uso privativo dos agentes de trânsito. Mais um complicador é que a categoria não deve, preferencialmente, ficar em frente a escolas particulares.
“Até porque seria improbidade administrativa você pegar um agente de trânsito, pago pelo Estado, e deixá-lo trabalhando para um colégio [particular]. Mas os monitores podem ser contratados por esses colégios de forma privada, sem gerência do Estado, para fazer esse serviço. Isso aí não tem problema nenhum. O que não pode é ele desenvolver atividades típicas de agente de trânsito”, disse.
Praça Winston Churchill
Um grande ponto de reclamação dos feirenses é uma bifurcação próxima à Praça Winston Churchill, localizada no bairro Ponto Central. O problema já motivou muitas manifestações de moradores locais pedindo uma resolução para a situação, que se agrava em horários de pico.
“Quando eu cheguei aqui pela primeira vez, eu botei a mão na cabeça e falei: misericórdia, o que é que eu faço para resolver isso? É um problema de planejamento. E nós estamos trabalhando com empirismo. A gente está trabalhando com algumas técnicas para tentar identificar o que é que pode ser feito aqui. A gente acabou de fechar o retorno. A gente vai fazer um teste.”

O superintendente continuou: “Estamos sensíveis à preocupação dos moradores. Nós vamos tirar só aqui de um lado do canteiro central, que já seria proibido estacionar. Nós só vamos tirar uma hora e meia do estacionamento deles, às vezes 21 horas. Ficarão à disposição desses moradores para poder estacionar. Eu vejo que não tinha necessidade nenhuma de haver indagação. Mas você sabe: quando alguém pede qualquer direito em relação a outra pessoa, sempre vêm as indagações.”
A praça conta com um retorno que deve ser fechado em horários estratégicos. Cunha explicou que o retorno deve ficar desativado nos horários de entrada e saída de alunos em um colégio que fica próximo à praça e que, inclusive, a SMT deixou equipamentos de sinalização para que o próprio colégio manipule os equipamentos nesses horários.
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade
Reportagem escrita pelo estagiário de jornalismo Jefferson Araújo sob supervisão
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