
A seleção brasileira deverá utilizar as cores vermelhas em seu segundo uniforme para a Copa do Mundo de 2026, que será disputada no Canadá, México e Estados Unidos. Tradicionalmente, a camisa reserva da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) leva os tons azulados em sua confecção, semelhante àquele encontrado na bandeira nacional. O uso do vermelho no próximo ano, no entanto, pode ferir o estatuto da entidade.
Segundo informado pelo Footy Headlines, site referência em “vazar” camisas de clubes e seleções antes do lançamento, o uniforme 2 do Brasil será avermelhado e levará o logo da Jordan – que já foi estampado em camisas do Paris Saint-Germain, por exemplo -, no lugar do tradicional “Swoosh” da Nike.
A cor vermelha é comumente associada à marca, em função do primeiro tênis utilizado por Michael Jordan em parceira com a Nike (Air Jordan 1). Para que ela seja incorporada à CBF, no entanto, é preciso uma aprovação dos diretores já que, segundo o estatuto, não é permitida a utilização de cores que não estejam na bandeira – verde, amarelo, azul e branco.
O estatuto da CBF de 2017 traz, em seu capítulo III, artigo 13, inciso III, trata da questão relativa às cores do uniforme da seleção. Nele, apesar de delimitar que sejam utilizadas mesmas presente na bandeira, existe uma “brecha” para que, em casos especiais, seja aprovado um uniforme diferente daquele previsto no estatuto.
“Os uniformes obedecerão às cores existentes na bandeira da CBF (…), não sendo obrigatório que cada tipo de uniforme contenha todas as cores existentes na bandeira e sendo permitida a elaboração de modelos comemorativos em cores diversas, sempre mediante aprovação da Diretoria”, diz o documento.
Em 2023, por exemplo, a CBF lançou um uniforme em homenagem a Vinícius Júnior e em alusão à luta contra o racismo. Em amistoso contra a Guiné, a equipe, comandada por Ramon Menezes, atuou com as cores pretas.
Já a cor vermelha foi utilizada em duas oportunidades: em 1917 e em 1936, ambas as partidas válidas pelo Campeonato Sul-Americano – precursor da Copa América. Nos dois casos, o motivo se deu em função de um conflito do uniforme da seleção brasileira que, até a Copa do Mundo de 1950, tinha o branco como cor principal.
Na edição de 1917, Chile e Uruguai também tinham a camisa branca como principal. Precisou ser realizado um sorteio que definiu que o Brasil precisaria utilizar a camisa vermelha nos seus compromissos. Com as novas cores, o Brasil foi goleado pelos uruguaios por 4 a 0, mas bateu os chilenos por 5 a 0, terminando a competição em terceiro lugar.
Já em 1936, em dezembro daquele ano, Brasil e Peru se enfrentaram pelo Sul-Americano de 1937. A partida, no entanto, teve o mesmo conflito: uniformes brancos como principal das equipes. O Brasil precisou, portanto, utilizar as camisas do Independiente, da Argentina – onde foi disputada a competição – na vitória por 3 a 2.