1º de maio em Porto Alegre será marcado por luta pela redução da jornada, taxação dos super-ricos e a defesa da democracia

Redução da jornada de trabalho, fim da escala 6×1, taxação dos super-ricos e sem anistia são algumas das pautas deste 1º de maio em Porto Alegre. Organizada pelas centrais sindicais, a celebração do Dia Internacional do Trabalhador e da Trabalhadora acontecerá nesta quinta-feira, na Casa do Gaúcho, a partir das 14h, com entrada gratuita. Além do ato político a atividade contará com apresentações artísticas. Além de Porto Alegre, acontecem atos em Caxias do Sul, Passo Fundo, Pelotas e Tramandaí.

“As centrais sindicais, depois do ano das enchentes, e dado o momento histórico no mundo em que os direitos dos trabalhadores e trabalhadoras estão cada vez mais em risco e sob desmonte, nós estamos afirmando algumas pautas que consideramos centrais para esse próximo período”, afirma o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT-RS), Amarildo Cenci.

A primeira delas é a redução da jornada de trabalho com melhores salários e melhores condições de vida. Conforme aponta Cenci, uma luta histórica que definitivamente precisa ser implantada, assim como o fim da escala 6X1. Segundo ele, a escala prejudica a saúde e a convivência familiar dos trabalhadores. “Defender o fim da escala 6×1 é lutar por um trabalho mais humano, com mais dignidade para quem produz a riqueza do país.”

Cenci pontua que países como França, Alemanha e Islândia já experimentam modelos com jornadas reduzidas e melhores resultados sociais.

Taxação das grandes fortunas e a defesa da democracia

De acordo com os organizadores do ato, o Brasil está entre os países que menos taxam os super-ricos no mundo. Divulgado em janeiro de 2024, o relatório Desigualdade S.A, elaborado pela Oxfam, aponta que quatro dos cinco bilionários mais ricos do Brasil aumentaram em 51% sua riqueza desde 2020, mesmo com pandemia e economia em recessão. Ao mesmo tempo, 129 milhões de brasileiros ficaram mais pobres. “Taxar os grandes patrimônios, heranças milionárias e lucros financeiros é essencial para combater as desigualdades e financiar políticas públicas”, afirmam as centrais.

Outro ponto importante, complementa Cenci, é continuar a luta pela redução da taxa Selic. “Essas taxas de juros altíssimas retiram do povo brasileiro recursos importantes que faltam para as políticas públicas necessárias para o desenvolvimento do país.”

Dentro do escopo de lutas desta quinta-feira estará a mobilização contra a anistia e em defesa da democracia. “Não podemos tolerar ataques às instituições, como os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. É preciso responsabilizar os envolvidos, inclusive financiadores e articuladores, para que a história não se repita. Defender a democracia é defender também o direito de organização, de greve, de liberdade sindical e de participação política”, defendem as centrais.

A mobilização também ressaltará a defesa dos serviços públicos de qualidade. “Não tem país que funcione, democracia que funcione se não tiver serviços públicos bons, e serviços públicos bons feitos por servidores concursados e também valorizados”, afirma Cenci.

Por fim, aponta o dirigente, o dia 1º de maio também será o dia para marcar a luta contra a violência de gênero e os feminicídios. “Também a luta contra o machismo e contra qualquer tipo de discriminação de raça e de gênero. Por um país soberano, sustentável ambientalmente e um país menos desigual, que não se tenha mais fome, não se tenha mais miséria”, conclui.

Para o presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil do Rio Grande do Sul (CTB-RS), Guiomar Vidor, o 1⁰ de Maio será um dia de confraternização e de luta em defesa dos direitos trabalhistas e da democracia.

“Vamos fazer um grande ato unitário em Porto Alegre e nos Pavilhões da Festa da Uva, em Caxias do Sul, ambos na parte da tarde. O momento é de pressão sobre o governo e o Congresso, para que seja aprovado o fim da escala 6×1, o Projeto de Lei 67/2025, a isenção do Imposto de Renda até R$ 5mil, a taxação das grandes fortunas, a redução da taxa de juros, contra a impunidade aos golpistas e o fim da violência contra as mulheres”, expõe.

Em Caxias do Sul acontecerá mais uma edição da Festa do Trabalhador da Rádio Viva com o movimento sindical e Sindiserv, a partir das 13h, nos Pavilhões da Festa da Uva. O evento terá entrada gratuita, mas receberá a doação de 1kg de alimento não perecível. As atrações confirmadas são as bandas e artistas Musical JM, San Francisco, PF do Bailão, Cleiton Borges, Banda Passarela, Alma Nova e Andri & Hector.

Segundo Vidor, a expectativa das centrais é que haja a retomada das mobilizações em defesa da agenda nacional da classe trabalhadora, conforme documento que foi entregue ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nesta terça-feira (29).  Entre os principais pontos abordados no documento estão o fim da jornada 6×1, em que o trabalhador descansa apenas um dia na semana, e a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil.

O ato na capital gaúcha terá como atrações musicais: Produto Nacional, Samba Delas, João de Almeida Neto e Florisnei Thomaz. No intervalo dos shows haverá a fala das centrais sindicais, movimentos sociais e partidos políticos.

Programação em Porto Alegre:

14h – Abertura do Ato com Show da Banda Produto Nacional
15h – Músico: Florisnei Thomas
16h – Músico: João de Almeida Neto
17h – Show da Banda – Sambadelas

Serviço

Porto Alegre, às 14h

Local: Casa do Gaúcho, Parque Harmonia

Caxias do Sul, às 13h

Local: Pavilhões da Festa da Uva – Caxias do Sul

Passo Fundo, das 14h às 17h 

Local: Parque da Gare – Passo Fundo/RS

Pelotas, às 14h

Local: Rua Santa Cruz, 2454 – Centro.

Tramandaí, às 14h30

Local: Praça da tainha – Tramandaí

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