Feminismo e defesa da comunidade LGBTQIAPN+: 6 vezes em que Lady Gaga se posicionou a favor de pautas políticas

Marcado para este sábado (3), o megashow da cantora Lady Gaga, que acontecerá na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro (RJ), já é considerado uma das maiores apresentações do ano no Brasil, para a qual são esperadas 1,6 milhão de pessoas. Mayhem on the Beach, que marca o retorno da cantora ao país após 13 anos, promete reforçar compromissos de Gaga com discursos atrelados à carreira da artista: pautas feministas e a defesa dos direitos LGBTQIAPN+.

“Ela é uma figura que utiliza sua plataforma e sua arte para realmente falar de questões sociais, de luta, dos direitos das mulheres, direitos reprodutivos, direitos da comunidade LGBTQIA+ e tantas outras causas. Isso é algo que ela sempre destacou”, comenta Leonardo Rodrigues, mestre em história da arte e especialista em cultura pop.

Muito além dos palcos, a cantora estadunidense construiu uma trajetória marcada por pronunciamentos e ações e em defesa dessas causas. Um dos exemplos mais expressivos é a fundação Born This Way, em referência à música de mesmo nome, criada em 2012 por Lady Gaga e sua mãe, Cynthia Germanotta. A organização trabalha com foco na saúde mental de jovens LGBTQIAPN+ e oferece ações de suporte emocional e recursos educativos voltados para o bem-estar e inclusão.

Confira, abaixo, seis momentos em que a artista se posicionou politicamente em favor da igualdade.

  • Em 2009, Lady Gaga discursou pela primeira vez sobre os direitos da causa LGBTQIAPN+ na Marcha Nacional pela Igualdade, em Washington, capital estadunidense. Ela enfatizou a necessidade de mudança imediata e ação, exigindo que os direitos das pessoas lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e da comunidade queer em geral fossem protegidos em todos os estados dos EUA.
  • Lançada em 2015, a música Til It Happens to You foi escrita para o documentário The Hunting Ground, que trata de casos de abuso sexual em universidades dos Estados Unidos. A canção ganhou destaque ao ser apresentada por Lady Gaga no Oscar de 2016, ao lado de sobreviventes de violência sexual. Na época, a artista revelou publicamente que também foi vítima de estupro aos 19 anos, experiência que influenciou sua relação com a música e seu envolvimento com o tema.
  • Mais tarde, outra fala política da artista teve grande repercussão. Em 2018, durante a premiação Women in Hollywood da revista ELLE, Lady Gaga fez um discurso sobre a pressão enfrentada por mulheres na indústria do entretenimento. “Tentei vestido após vestido hoje, um espartilho apertado após outro, um salto após outro, um diamante, uma pena, milhares de tecidos bordados e as sedas mais lindas do mundo. Para ser honesta, senti náuseas. E me perguntei: o que realmente significa ser uma mulher em Hollywood? Não somos apenas objetos para entreter o mundo. Não somos apenas imagens para trazer sorrisos ou caretas aos rostos das pessoas. Não somos membros de um grande concurso de beleza para nos colocarem umas contra as outras para o prazer do público. Nós, mulheres em Hollywood, somos vozes.” Na mesma ocasião, ela voltou a falar sobre traumas gerados pela violência sexual.
  • No ano seguinte, Lady Gaga condenou a lei do Alabama que proíbe o aborto em quase todos os casos, sem exceções para estupro ou incesto. Ela declarou ser “uma tragédia proibir o aborto no Alabama, ponto final, e ainda mais hediondo que exclui aquelas que foram estupradas ou estão enfrentando incesto”. Mais adiante, a artista defendeu o direito ao aborto em diferentes apresentações. Ela também participou da campanha #BansOffMyBody [Tire as mãos do meu corpo], lançada em 2019 a favor dos direitos reprodutivos nos Estados Unidos.
  • Em 2022, a Suprema Corte dos Estados Unidos revogou a histórica decisão Roe v. Wade de 1973, que garantia o direito constitucional ao aborto, transferindo a responsabilidade de regulamentar o aborto para os estados. Em resposta, Lady Gaga dedicou a música The Edge of Glory a todas as mulheres afetadas pela mudança. Durante um show do Chromatica Ball em Washington, D.C., a artista fez um discurso emocionado, dizendo: “Para cada mulher na América… que agora tem que se preocupar com seu corpo se engravidar.”
  • Em fevereiro deste ano, a cantora, que venceu o prêmio Grammy na categoria de Melhor Performance de Duo/Grupo Pop, dedicou a estatueta à comunidade trans e declarou: “Pessoas trans merecem amor. A comunidade queer merece ser elevada”. A fala foi uma referência às medidas antitrans recentemente aprovadas pelo presidente estadunidense Donald Trump. No mês seguinte, em entrevista à Apple Music, Lady Gaga disse que “o que pessoas trans estão enfrentando neste mundo é completamente injusto, errado, e há essa violência acontecendo diariamente em suas vidas”.
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