Médica capixaba recebe reconhecimento internacional

A anestesiologista capixaba Guacyra Muzzi, especialista no tratamento da dor pelo Hospital Sírio Libanês, com validação da Sociedade Brasileira de Dor, acaba de obter um importante reconhecimento internacional: a certificação Fellow in Interventional Pain Practice (FIPP).
Crédito da foto: divulgação

A anestesiologista capixaba Guacyra Muzzi, especialista no tratamento da dor pelo Hospital Sírio Libanês, com validação da Sociedade Brasileira de Dor, acaba de obter um importante reconhecimento internacional: a certificação Fellow in Interventional Pain Practice (FIPP).

Concedida pelo World Institute of Pain (WIP), uma organização mundial sediada em Orlando, EUA, a certificação destina-se à pesquisa e treinamento na área de intervenção em dor, credenciando-a a atuar em tratamentos que promovem alívio mais rápido e duradouro da dor.

Atualmente, a médica Guacyra Muzzi está à frente do ambulatório de dor oncológica do SUS no Hospital Santa Rita de Cássia, representando o grupo de anestesiologia deste hospital, onde centenas de pacientes são atendidos semanalmente. Com o aprendizado obtido através da certificação, ela poderá auxiliar os oncologistas no tratamento especializado da dor relacionada ao câncer, proporcionando aos pacientes um atendimento altamente qualificado, com maior controle da dor e melhoria na qualidade de vida.

No Espírito Santo, há apenas dois médicos especialistas em dor com essa certificação internacional. No Brasil, são pouco mais de uma centena.

A CERTIFICAÇÃO
A certificação Fellow in Interventional Pain Practice (FIPP) é realizada com rigorosos padrões internacionais. Seu objetivo é avaliar as credenciais dos médicos especialistas em dor para a prática de procedimentos intervencionistas que complementam o tratamento da dor, juntamente com as medidas farmacológicas convencionais.

Os procedimentos intervencionistas são considerados minimamente invasivos. Eles não requerem cortes ou cirurgias, mas sim o uso de agulhas finas posicionadas precisamente, próximas ao alvo da dor, com auxílio de imagem de Raio X em tempo real.

Esses procedimentos possibilitam que anestésicos ou substâncias anti-inflamatórias sejam depositados no local da lesão, contribuindo para o alívio mais rápido e duradouro da dor, diminuindo, consequentemente, o consumo de medicamentos orais e seus efeitos adversos.

O EXAME
A conquista da certificação passa por etapas rigorosas de validação, assegurando boas práticas ao redor do mundo, com a participação das mais renomadas referências no assunto.

O exame final foi realizado em março e encerrou um longo processo de seleção. O WIP promove anualmente três provas para a admissão de novos membros, em Orlando (EUA), Budapeste (Hungria) e Istambul (Turquia). A prova, toda em inglês, é aplicada por avaliadores internacionais em três etapas:

  • Uma prova prática, onde o médico especialista em dor deve executar quatro procedimentos sorteados na hora, no prazo de uma hora.
  • Uma prova oral composta por dois casos clínicos, exaustivamente discutidos pelo médico, contemplando hipótese diagnóstica e possíveis abordagens terapêuticas com suas respectivas indicações e efeitos adversos.
  • Uma prova escrita com 100 questões a serem respondidas em 2 horas.

A médica conta que o caminho até a certificação internacional foi longo, com um ano dedicado ao estudo do tratamento clínico da dor e mais um ano focado no tratamento intervencionista. Para realizar a prova, precisou comprovar alguns anos de prática na função, a fim de se tornar elegível para o teste. Nesta trajetória, foram necessárias muitas viagens e ausências da família, já que as especializações foram realizadas em São Paulo.

Entre seus principais incentivadores e inspiradores dessa jornada estavam seus próprios pacientes. Apesar das dificuldades inerentes à condição de saúde deles, sempre traziam sorrisos no rosto e diziam que torciam para que ela alcançasse novos voos e pudesse trazer mais recursos para seus tratamentos.

“Graças a Deus, ao longo desses anos à frente do tratamento da dor, tive a satisfação de contribuir para o controle da dor de inúmeros pacientes, oferecendo conforto e esperança, assim como o apoio da instituição onde trabalho”, afirmou.

Em reconhecimento ao suporte recebido e aos excelentes resultados que a especialização permite oferecer aos seus pacientes, a anestesiologista sonha em promover um mutirão voluntário e sem fins lucrativos para o tratamento intervencionista da dor dos pacientes do SUS, com o apoio das empresas parceiras fornecedoras de materiais. O objetivo é realizar procedimentos de alta tecnologia que ainda não são contemplados no SUS. “Este título me dá credenciais para pleitear, junto às empresas, essa parceria que poderia beneficiar enormemente esses pacientes do SUS”, finalizou.

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