Psicóloga cobra da Prefeitura políticas públicas para saúde mental materna

Psicóloga cobra da Prefeitura políticas públicas para saúde mental materna
Foto: Ascom/Câmara

Necessidade “urgente”, a criação de políticas públicas voltadas à prevenção, tratamento e o acompanhamento da saúde mental materna não está tendo em Feira de Santana. A observação é da psicóloga Rafaela Ferreira Alves, representante da União de Mulheres de Combate à Depressão Pós-parto, que falou sobre o tema na Tribuna Livre da Câmara, nesta quinta (8). Ela apelou, ao Governo Municipal, que cumpra o estabelecido na campanha Maio Furta-cor, criada pelo Legislativo através de projeto de lei, que incentiva a realização de ações de conscientização, ao longo do mês.

Rafaela chamou a atenção para dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), alertando que, de cada quatro mulheres, uma sofre de depressão pós-parto e violência obstétrica. Situação que exige dedicação por parte das autoridades quanto à promoção de cuidados, defendeu. A profissional, que tem se esforçado desde 2023 na realização de ações relacionadas à campanha, informou que sua dedicação ao tema se dá por compreender que a saúde mental destas mulheres impacta significativamente em toda a família, inclusive refletindo no desenvolvimento de crianças e adolescentes.

“Nossa proposta é que, através de uma maior disseminação de informações, se cuide das famílias, prevenindo assim agravos e adoecimentos psicopatológicos sérios”, indicou. Por outro lado, há um gasto de recursos com tratamento de doenças na área que poderia ser evitado se houvesse forte investimento em prevenção.

Pesquisa

Realizada em 2022, a primeira pesquisa a respeito de custos em transtornos mentais perinatais no Brasil, apontou que o investimento em cuidados com o adoecimento de mulheres consumiu aproximadamente R$ 26 bilhões, destacou a psicóloga. “Portanto, pensar em políticas públicas de prevenção e usar espaços como este do Legislativo para debater tais questões tem custo muito menor”, avaliou. É que o adoecimento de saúde mental materna tira as mulheres do mercado de trabalho e impacta a economia das famílias.

Além disto, explicou Rafaela Ferreira, a doença gera uma outra problemática: a vulnerabilidade social e econômica daquela estrutura familiar. A profissional advertiu, ainda, que a saúde mental materna não se trata apenas de depressão pós-parto. Compreende também transtorno de ansiedade e a psicose puerperal, alterações que são comuns no período perinatal.

No entanto, observou ela, se não se fala do assunto, acaba ficando estigmatizado e pode assustar as famílias, levando-as ao ambiente de desconhecimento. “Que aqui em Feira, a gente pense em ações que atendam estas mulheres, visando diminuir tanto os impactos econômicos, quanto os que ocorrem na família”, propôs, ressaltando que falar de saúde mental materna é tratar de qualidade de vida e prevenção como um todo.

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