Mercado reduz previsão para inflação de 2025 pela 4ª vez, mas ainda acima do teto da meta

Banco Central espera que o IPCA some 4,8% em 2025 e 3,6% em 2026: Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

A mediana do relatório Focus para o IPCA de 2025 passou de 5,53% para 5,51%, a quarta baixa seguida. Agora, está 1,01 ponto percentual acima do teto da meta, de 4,50%. A projeção para a inflação de 2026 caiu de 4,51% para 4,50%, ou seja, colada ao teto da meta. Um mês antes, também era de 4,50%.

O Banco Central espera que a inflação some 4,8% em 2025 e 3,6% em 2026, conforme a trajetória divulgada no comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) da última quarta-feira, 7. O fim do ano que vem é o horizonte relevante do colegiado. A partir deste ano, a meta de inflação é contínua, com base no IPCA acumulado em 12 meses.

O centro é de 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. Ou seja, se o IPCA ficar fora desse intervalo por seis meses consecutivos, considera-se que o BC perdeu o alvo. A mediana do Focus para a inflação de 2027 permaneceu em 4,0% pela 12ª semana consecutiva. A projeção para o IPCA de 2028 permaneceu em 3,80%. Um mês antes, estava em 3,79%.

A mediana para a Selic no fim de 2025 continuou em 14,75% pela segunda semana consecutiva. Nesse sentido, indica que os juros devem terminar o ano no nível atual. Na última quarta-feira, 7, o Copom aumentou a taxa em 0,5 ponto percentual, de 14,25% para 14,75%.

Inflação e Selic

Considerando apenas as 52 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, mais sensíveis a novidades, a mediana para o fim de 2025 também se manteve em 14,75% pela segunda semana seguida.

No comunicado da semana passada, o Copom abandonou o forward guidance (sinalização futura) e deixou as possibilidades em aberto para a sua próxima reunião, dos dias 17 e 18 de junho.

Para a próxima reunião, o cenário de elevada incerteza, aliado ao estágio avançado do ciclo de ajuste e seus impactos acumulados ainda por serem observados, demanda cautela adicional na atuação da política monetária e flexibilidade para incorporar os dados que impactem a dinâmica de inflação. Copom.

O colegiado ainda mudou a descrição do seu balanço de riscos para a inflação, que passou a ser simétrico. Também destacou que os juros precisam ficar em nível “significativamente contracionista por um período prolongado”. Ou seja, uma mudança em relação à comunicação anterior, que pregava a necessidade de uma Selic “mais contracionista”.

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