Estar no Web Summit Rio foi mais do que subir ao palco — foi testemunhar de perto o pulso da inovação no Brasil. Em dois momentos distintos do evento, compartilhei estratégias de crescimento para o e-commerce, conectando a orquestração de pagamentos a outras alavancas operacionais que fazem diferença real nas receitas. Mas o impacto mais forte veio mesmo do ambiente ao redor: um país inteiro em movimento, curioso, disposto a ouvir e a se reinventar.
A sede por conteúdo era visível em todos os palcos. Plateias lotadas, filas nas portas e gente em pé nas laterais de auditórios menores mostravam que o público estava ávido por mais. Ver essa energia em um evento de tecnologia no Brasil não é apenas emocionante — é sinal de que queremos participar ativamente da construção do futuro digital, e não apenas consumir o que vem de fora.
A diversidade também foi um ponto alto. Segundo a organização, 45% das startups participantes tinham fundadoras mulheres, e 39% dos palestrantes eram mulheres. Mas os números apenas confirmam o que já se percebia nos corredores: havia espaço para todos os perfis — de desenvolvedores iniciantes a investidores experientes, passando por empreendedores em formação. Um ecossistema que se fortalece justamente por abraçar a pluralidade.
As tendências tecnológicas também marcaram presença. O setor de cripto se destacou com propostas voltadas à educação e inclusão financeira, enquanto gigantes como a OpenAI anunciaram novidades relevantes, como a chegada do ChatGPT ao WhatsApp. No plano institucional, vozes como a de Luís Roberto Barroso alertaram sobre os desafios da regulação em tempos de avanços exponenciais, e a Microsoft reforçou a mensagem de que a inteligência artificial pode ser uma ferramenta poderosa para tornar o Brasil mais competitivo no cenário global.
E, como sempre, o networking real aconteceu fora do palco. Os encontros espontâneos — seja nos happy hours do Night Summit, seja nos eventos fechados com acesso restrito — foram o espaço onde muitas conversas importantes se transformaram em parcerias e negócios. É nesses bastidores que as conexões mais relevantes acontecem. E isso diz muito sobre como a inovação também depende da proximidade humana.
Volto do Web Summit com a convicção de que o Brasil tem tudo para ser protagonista na nova economia. E mais do que isso: as mulheres estão cada vez mais presentes, liderando conversas, negócios e mudanças. Não é apenas uma questão de representatividade — é uma questão de visão, estratégia e competência.
Rebecca Fischer, co-fundadora da Divibank