A exemplo da conhecida Casa dos Artistas do Rio de Janeiro, o Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões do Estado do Paraná (SATED-PR) está buscando efetivar o que chamam de um sonho antigo, um espaço de moradia e vida digna aos trabalhadores da cultura 60+ no Paraná. No próximo sábado, (17), às 15h, no SINDIJOR, realizarão um encontro para a fundação de uma Associação de Amigos da Casa de Artistas e da Técnica do Paraná voltada para a concretização deste projeto que deve ir além da moradia, mas também prestar serviços voltados para saúde, trabalho e renda, etc.
Em entrevista o Programa Quarta Sindical, o presidente do SATED-PR, o ator e diretor Adriano Esturilho e a atriz Raquel Rizzo, que está à frente do projeto, falaram sobre a articulação que vem sendo feita com Poder Público e sociedade civil para dar viabilidade à proposta.
Segundo Raquel Rizzo, esta é uma demanda almejada há muito tempo por artistas que, hoje, são idosos e participam ativamente do sindicato. “Hoje temos este grupo de artistas idosos que entenderam essa necessidade lá atrás. E, cada vez essa necessidade está aumentando, porque as pessoas, felizmente, estão envelhecendo mais, só em condições, às vezes, muito ruins especialmente por serem artistas, trabalhadores geralmente autônomos que não tem a perspectiva, por exemplo, da aposentadoria,” diz.
O presidente do Sated-PR, Adriano Esturilho, reiterpou que a demanda não é desta gestão do sindicato e sim de artistas que vem lutado há muito tempo por isso.
“É um desejo muito antigo, não vem dessa gestão do sindicato. Eu mesmo, quando estava no Conselho de Cultura, acompanhei algumas dessas tentativas. Mais recentemente, a partir do último ano, nós retomamos um pouco esse desejo a partir da reunião de muitos desses artistas 60+ que voltaram a estar no dia a dia do sindicato. Hoje a gente tem um núcleo desses artistas, desses técnicos que se reúnem constantemente para tocar esse projeto. Além da idéia de criar esse espaço inspirado no que a gente tem lá no Rio de Janeiro, é garantir assistência social, nas questões de saúde, entre outros direitos básicos,” explica.
Além criação da Associação que acontecerá no próximo sábado, já há por parte do núcleo responsável pelo projeto conversas feitas com o Poder Público em nível federal e local, como, por exemplo, com a Secretaria Estadual da Igualdade de Acesso e da Pessoa Idosa, Secretaria da Cultura, com parlamentares e instâncias do governo federal.
O primeiro passo é conseguir um espaço e depois recursos para manter o funcionamento do mesmo. “A primeira etapa, antes de conseguir gerar o nosso próprio dinheiro, é conseguir um prédio ou a construção de um prédio. E, na pesquisa que fizemos, a idéia é se utilizar da política do Governo Lula que definiu que imóveis federais desabitados em todo o Brasil devem ser ocupados para residências populares,” cita Raquel Rizzo.
Depois, complementa Raquel, é conseguir recursos para que este espaço atenda as necessidades dos moradores. “No nosso projeto temos já critérios definidos de quem terá prioridade, como vulnerabilidade, saúde, e será necessário um local que acolha todo tipo de necessidade. Então remos aras de editais, da iniciativa privada e contaremos com a ajuda da classe artística também,”conclui.
Adriano cita também que a luta do sindicato é para combater o etarismo no trabalho com arte e cultura. “Nossa luta vai além da Casa de Artistas, porque queremos garantir uma aposentadoria especial que não existe ainda para os artistas e também que tanto a nível federal como local tenha editais para artistas nesta faixa etária. O combate ao etarismo dentro da nossa área é muito importante,” conta.
Confira o Programa Quarta Sindical na íntegra neste link
