A chilena CMPC divulgou seus resultados do primeiro trimestre de 2025 na última sexta-feira, 9, mostrando uma recuperação expressiva no lucro líquido em comparação ao último trimestre de 2024, apesar de um cenário desafiador para o setor e queda nas principais métricas em relação ao ano anterior.
No trimestre, a CMPC reportou vendas de US$ 1,813 bilhão, o que representa uma queda de 6% em relação ao trimestre anterior e 7% em comparação ao mesmo período de 2024. O EBITDA totalizou US$ 278 milhões, com margem de 15,3%, retraindo 16% em relação ao último trimestre e 30% na base anual. Em contraste, o lucro líquido surpreendeu ao atingir US$ 50 milhões, um crescimento de 383% frente ao quarto trimestre de 2024, embora ainda esteja 76% abaixo do registrado no primeiro trimestre do ano passado.
Os custos operacionais somaram US$ 1,224 bilhão, correspondendo a 67,5% das vendas, aumento frente a 65,5% no trimestre anterior e 63,2% no mesmo período de 2024. A celulose segue como o segmento mais forte, com EBITDA de US$ 192 milhões e margem de 24,5%, mesmo apresentando queda de 17% no trimestre, mas com avanço de 7% em relação ao ano anterior. A produção de celulose alcançou 1,081 milhão de toneladas, enquanto as vendas ficaram em 861 mil toneladas, 5% abaixo do último trimestre, porém 13% superiores ao mesmo período de 2024.
O segmento se beneficiou da maior eficiência produtiva e da redução nos custos em caixa do BEKP (celulose kraft de eucalipto branqueada), que caiu para US$ 211 por tonelada, contra US$ 227 no último trimestre de 2024. Contudo, o preço médio do BEKP também diminuiu, para US$ 558 por tonelada, ante US$ 577 no trimestre anterior, limitando os ganhos com custos.
Do ponto de vista financeiro, a CMPC apresentou uma melhora significativa na geração de caixa, com fluxo de caixa livre positivo de US$ 85 milhões, revertendo o resultado negativo de US$ 109 milhões do quarto trimestre de 2024 e US$ 176 milhões do primeiro trimestre do ano passado. Esse avanço ocorreu mesmo com investimentos de capital de US$ 150 milhões, majoritariamente voltados para iniciativas orgânicas de crescimento (US$ 111 milhões).
No trimestre, a companhia destacou movimentos estratégicos importantes para o futuro, sendo que, pela segunda vez consecutiva, a CMPC foi classificada entre as 1% mais sustentáveis no S&P Global Sustainability Yearbook. A tendência positiva do lucro líquido em relação ao último trimestre indica que as melhorias operacionais começam a produzir resultados.
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