O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) confirmou nesta sexta-feira (16) o primeiro foco de gripe aviária H5N1 em uma granja comercial no Brasil. A detecção ocorreu em Montenegro, na Região Metropolitana de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.
A confirmação do caso, segundo o portal g1, considerado o primeiro na avicultura comercial do país, marca um novo estágio na vigilância da doença, que até então havia sido registrada apenas em aves silvestres no Brasil. O vírus identificado é da forma de Alta Patogenicidade (IAAP), que tem alto poder de transmissão e letalidade entre aves.
A amostra foi coletada no dia 12 de maio, após a suspeita de síndrome respiratória e neurológica em um estabelecimento de reprodução. O material foi enviado ao Laboratório Federal de Diagnóstico Agropecuário, em Campinas (SP), que confirmou a presença do vírus.
Medidas emergenciais
Com o diagnóstico, a granja foi isolada e as aves remanescentes foram eliminadas, conforme protocolo do Plano Nacional de Contingência de Influenza Aviária. O Serviço Veterinário Oficial do RS (SVO-RS) iniciou uma investigação complementar em um raio de 10 quilômetros da área afetada, para detectar possíveis novos focos ou conexões com outras propriedades.
Outra frente de atenção está no Zoológico de Sapucaia do Sul, onde a presença do vírus também foi confirmada em aves. O local foi fechado para visitação.
China suspende importação
Como reflexo direto da confirmação do foco, a China anunciou a suspensão das compras de carne de frango do Brasil por um período de 60 dias. A informação foi dada pelo ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, à TV Globo, em entrevista concedida em Goiás.
Riscos para humanos e consumo seguro
O Mapa reforçou que a gripe aviária não é transmitida pelo consumo de carne de aves nem de ovos. “A população brasileira e mundial pode se manter tranquila em relação à segurança dos produtos inspecionados, não havendo qualquer restrição ao seu consumo”, afirmou a pasta em nota oficial publicada pelo g1.
Casos de infecção humana pelo vírus H5N1 são raros e, geralmente, ocorrem entre pessoas com contato direto e frequente com aves infectadas, vivas ou mortas — como criadores e trabalhadores da área rural.
O que é a gripe aviária de alta patogenicidade (IAAP)
De acordo com informações técnicas do Ministério da Agricultura, o vírus H5N1 pode causar morte súbita nas aves ou provocar sintomas como depressão intensa, sinais respiratórios e neurológicos, cianose, necrose em crista e barbela, além de alterações na postura e ovos deformados.
Durante necropsias, é possível identificar edemas, hemorragias e necroses em órgãos internos e pele. A taxa de mortalidade nas aves é considerada alta.
Alerta e transparência internacional
As autoridades brasileiras já comunicaram o caso às entidades internacionais competentes e aos parceiros comerciais, em cumprimento aos protocolos de segurança sanitária. O objetivo, segundo o governo federal, é conter a disseminação da doença, proteger a produção nacional e garantir a segurança alimentar.
Nota da Secretaria de Agricultura do RS
O Departamento de Vigilância e Defesa Sanitária Animal (DDA), da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), atendeu a suspeita de síndrome respiratória e nervosa de aves, no dia 12 de maio, em estabelecimento avícola de reprodução, em Montenegro. As amostras foram coletadas e encaminhadas ao Laboratório Federal de Diagnóstico Agropecuário, em Campinas (SP), que confirmou o diagnóstico de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (H5N1) nesta sexta-feira (16/5).
Com a confirmação do foco, o Serviço Veterinário Oficial do RS (SVO-RS) desencadeou as ações previstas no Plano Nacional de Contingência de Influenza Aviária, com isolamento da área em Montenegro e eliminação das aves restantes, para que seja iniciado o protocolo de saneamento da granja. Será conduzida investigação complementar em raio inicial de 10 km da área de ocorrência do foco, e de possíveis vínculos com outras propriedades. A mortalidade de aves no Zoológico de Sapucaia do Sul, que está fechado para visitação, também foi atendida e a Seapi aguarda o resultado do sequenciamento.
O SVO-RS reforça que o consumo de carne de aves e ovos armazenados em casa ou em pontos de venda é seguro, já que a doença não é transmitida por meio do consumo. A população pode se manter segura, não havendo qualquer restrição ao seu consumo.
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