Escola de Ecocardiografia da Bahia promove mutirão de doppler de carótidas em Feira de Santana

A Escola de Ecocardiografia da Bahia, em Feira de Santana, promoveu neste final de semana um mutirão de doppler de carótidas, um tipo de exame de ultrassom que avalia as artérias que levam sangue do coração para o cérebro. O atendimento foi realizado de forma totalmente gratuita na sede da escola, no bairro Ponto Central.

Ao todo, cerca de 70 pessoas foram atendidas nos dois dias do mutirão. Cada paciente contribuiu simbolicamente com 2 kg de alimentos não perecíveis, que serão doados ao Dispensário Santana.

O exame

O médico André Chateaubriand é ecocardiografista, um tipo de especialidade dentro da cardiologia. Em entrevista ao Acorda Cidade, ele ressaltou a importância da realização do exame, afirmando que o doppler de carótidas é essencial para quem já teve alguma complicação cardiovascular, como o AVC (Acidente Vascular Cerebral), pois ajuda a investigar as causas.

O médico alertou que o exame também é um importante aliado para aquelas pessoas que não tiveram nenhum tipo de complicação mais grave, pois atua diretamente como uma ferramenta de prevenção.

“A utilidade dele é buscar também a presença de placas de colesterol nas artérias, porque, nesse caso, a pessoa que já tem placas de colesterol, isso quer dizer que ela tem um processo no corpo, uma tendência maior a formar placas e isso aumenta o risco tanto de infarto quanto de AVC. Além de ter um terceiro propósito, que é avaliar, por exemplo, tonturas que podem significar entupimentos nas artérias”, disse.

André explicou que, diante de uma obstrução significativa, em casos em que elas já podem ter causado um AVC, pode ser necessária a intervenção cirúrgica. Neste caso, o cirurgião vascular é responsável pelo procedimento de remoção dessas placas.

“Mas a pessoa que não tem esse nível de placas, que não é o caso de fazer cirurgia, que é a imensa maioria das pessoas, tem que ter os seus fatores de risco para infarto e AVC corrigidos. ‘E quais são esses fatores de risco?’ Colesterol alto, hipertensão, diabetes, sedentarismo, obesidade. Tudo isso tem que ser otimizado para reduzir o risco com a finalidade preventiva.”

Função Social

Os médicos afirmam que não existe idade mínima, para aquelas pessoas que já foram acometidas por um AVC, realizarem o exame. E para aquelas que nunca tiveram alguma complicação cardiovascular, geralmente se recomenda a realização do doppler de carótidas a partir dos 40 anos.

O mutirão foi uma excelente oportunidade para as pessoas que não têm condições de arcar com os custos do exame realizá-lo de forma 100% gratuita. A única solicitação foi a entrega de 2 kg de alimentos não perecíveis, que serão doados ao Dispensário Santana, uma instituição de caridade localizada em Feira de Santana.

Conhecimento

O médico Jonathas Brazil reforçou a função social do mutirão. A ação foi realizada por médicos já formados que estão se especializando na realização do exame. Todos os procedimentos foram supervisionados por um professor doutor.

“Essa imersão, para a gente, é muito importante, não só como médico, também pela importância do aprendizado, de estar reciclando os nossos conhecimentos. E tem a parte social também. Muitos pacientes estavam aguardando há muito tempo por este exame. Então é uma via de mão dupla: bom para a gente, que aprendeu; melhor ainda para o paciente, que foi visto, teve o exame feito, tem um diagnóstico agora para melhorar o tratamento com o colega que solicitou o exame”, disse Brazil.

O médico continuou. “É muito bom quando você vê uma escola com tanto renome como a Escola de Ecocardiografia da Bahia abrindo espaço para pessoas que não podem pagar virem fazer o exame, com qualidade, com médicos excelentes, renomados, como o professor doutor André Chateaubriand, o doutor Vinícius. É muito bom, não só para a gente, médico, adquirir o conhecimento, como para o paciente também, que está sendo visto e muito bem visto, muito bem examinado”, concluiu Brazil.