Nas últimas semanas, as redes sociais foram tomadas por debates em torno dos bebês reborn , bonecos realistas que se assemelham a recém-nascidos. A princípio, parecem apenas brinquedos, mas o que tem gerado polêmica é o fato de muitos adultos adotarem esses bonecos e cuidarem deles como se fossem bebês reais: trocando fraldas, dando banho e comida, levando para passear e até ninando para dormir.
Para os defensores, a prática tem fins terapêuticos. Já os críticos consideram que o comportamento beira o patológico. A discussão ganhou ainda mais visibilidade após o padre Fábio de Melo entrar na onda e realizar o “processo de adoção” de um bebê reborn.
Diante da repercussão, o Acorda Cidade conversou com o padre Zacarias, da Paróquia Nossa Senhora das Graças, para conhecer sua visão sobre o tema. Ele reconheceu que o uso terapêutico é válido, mas fez um alerta sobre a importância de manter o afeto voltado para o ser humano.
“Por motivos de dificuldade de realmente amar o próximo, acabamos por transferir os nossos afetos, o nosso amor, a objetos. E isso me faz refletir também partindo do evangelho deste quinto domingo da Páscoa, no qual Jesus nos manda amarmos uns aos outros”, destacou o sacerdote.
Ele continuou: “Não substituamos este mandamento por amar aquilo que, talvez, apenas nos ajude como um instrumento, desviando o verdadeiro amor das pessoas. Talvez a dificuldade esteja em que não queremos ser desafiados por um amor que vai além do que gostamos. Então, acho que a indicação é essa: nada contra o uso terapêutico, ou outro uso que possa ajudar, mas esse desvio de afeto deve ser refletido partindo do mandamento do amor aos outros”, disse o padre.
Com informações da jornalista Iasmim Santos do Acorda Cidade
Reportagem escrita pelo estagiário de jornalismo Jefferson Araújo sob supervisão
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