Coordenadora do centro de Zoonoses explica o que está sendo feito para controlar raiva animal transmitida por morcegos

Coordenadora do centro de Zoonoses explica o que está sendo feito para controlar raiva animal transmitida por morcegos
Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

Recentemente uma moradora do povoado do distrito de Maria Quitéria relatou o aparecimento de morcegos com raiva em residências. A presença desses animais, embora comum em áreas urbanas e rurais, desperta preocupação devido ao risco de transmissão de doenças como a raiva.

Ao Acorda Cidade, a coordenadora da Unidade de Vigilância de Zoonoses (antigo Centro de Zoonoses), Mirza Cordeiro, informou que existe um programa para controle da raiva, que consiste numa vigilância através de envio de amostras, tanto de cães, gatos, morcegos e micos para análise, como também da vacinação.

Coordenadora do centro de Zoonoses explica o que está sendo feito para controlar raiva animal transmitida por morcegos
Mirza Cordeiro | Ney Silva/Acorda Cidade

“Com relação aos morcegos, nós enviamos toda semana para o Lacen (Laboratório Central de Saúde Pública). Isso é uma conduta de rotina da unidade de vigilância zoonótica, pois temos que ficar vigilantes para verificar se tem circulação do vírus no município ou não”, explicou.

De acordo com Mirza, em 2023 e 2024 Feira de Santana viveu um surto de animais positivados com raiva. Foram 14 animais em 2023 e 5 em 2024. Neste ano de 2025, até o momento, um caso de animal com raiva foi registrado no distrito de Maria Quitéria, onde foi realizado o bloqueio da área e a vacinação na unidade de saúde do distrito.

A coordenadora da Unidade de Vigilância de Zoonoses destacou que a população não precisa se assustar com os morcegos. Segundo ela, as pessoas precisam desmistificar e entender que eles têm um papel fundamental no controle de insetos e na dispersão de sementes. Além disso, ela cita o que as pessoas devem fazer caso um morcego apareça.

“As pessoas não devem manipular o animal e devem deixar a luz acesa. Eles precisam ser preservados porque eles têm um papel muito importante na ecologia. Ele é um animal de hábito noturno, tem sua constituição biológica e a gente não pode interferir. Só no momento que ele começa a apresentar características diferentes, como voo baixo, ficar no chão, aparecer durante o dia, aí sim a Unidade de Vigilância de Zoonoses deve ser acionada”.

Mirza explicou que a Unidade de Vigilância de Zoonoses não faz o desalojamento desses animais e sim o envio do animal morto para o Lacen. “Por exemplo, apareceu um animal no meu forro, eu ligo para a unidade e abro uma ordem de serviço para ser feita as orientações técnicas de como proceder. A população sempre sinaliza que existem morcegos mortos e a gente envia para o Lacen semanalmente. O morador liga, a gente vai até o local e faz o envio. Se tiver presença de cães e gatos, a gente faz a vacinação antirrábica”.

Tipos de morcegos

A coordenadora da Unidade de Vigilância de Zoonoses disse ainda que existem vários tipos de morcegos como os que comem insetos e frutas e o que suga o sangue. Porém ela frisa que, comumente, eles não atacam as pessoas e sim animais de sangue quente, a exemplo de bovinos. Mirza chama atenção para a importância de não manipular os morcegos para evitar acidentes. “Agora, se manipular ele, pode acontecer o acidente e a pessoa ter que providenciar de imediato a assistência médica através do Hospital Clériston Andrade”.

Doença letal

A coordenadora Mirza Cordeiro, destacou também que a raiva é uma doença com 100% de letalidade. “Então a gente precisa, de forma urgente, levar o paciente para fazer o tratamento, que é soro e vacinação. O último caso de raiva na Bahia foi em 2017 e a gente três casos no mundo inteiro de pessoas que se curaram, porém ficaram com sequelas. A gente não pode dizer que existe a cura para a raiva, porque depende da situação. Não é um tratamento efetivo. É um tratamento a nível experimental e que ainda tem falhas”, destacou.

Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade

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